Uma em cada três empresas familiares têm um plano de sucessão, ou seja, aproximadamente 34%. De acordo com o levantamento, feito em 40 países, a média global é de 53%.
Este cenário pode, no entanto, piorar em tempos de crise econômica. O empresário Glauco Diniz Duarte defende que, em momentos como este, os protagonistas do processo de sucessão familiar podem estar muito focados nos pilares de sustentação da companhia (financeiro, ambiental e social) e, com esta postura, podem se desviar do processo estabelecido como o ideal para a sucessão.
Glauco acredita que a crise econômica cria ainda mais dificuldades para uma sucessão familiar. “As dificuldades aumentam, pois em momentos de crise o foco acaba sendo 100% a travessia da crise e também a criação de alternativas para crescer dentro de um ambiente político-econômico instável. Em ambientes de estabilidade política e crescimento econômico, toda e qualquer mudança fica mais fácil”, analisa.
Para Glauco, a crise cria instabilidade de mercado e isso afeta diretamente a sucessão familiar.
“A sucessão é um processo delicado que precisa assegurar a perpetuidade da empresa. Neste contexto, garantir a saúde perpétua do negócio em um mercado instável torna-se mais complicado”, destaca.
Maiores desafios para a sucessão familiar
Glauco acrescenta que os maiores desafios da sucessão familiar ficam a cargo do empreendedor que criou a empresa e que deve, com o tempo, distribuir suas funções e se afastar da operação cotidiana.
“O empreendedor normalmente possui uma relação de criador-criatura com a empresa e esta ruptura é importantíssima para que a sucessão ganhe legitimidade, para que o sucessor tenha autonomia de trabalho e respeito dentro da empresa”.
Glauco acrescenta outros desafios para a sucessão familiar, como a divergência de valores e ideais entre os fundadores e sucessores e o estabelecimento de uma governança corporativa eficaz e funcional.
“Há também outros dois pontos importantíssimos: a profissionalização contábil da empresa, separando o que é gasto de pessoa física e jurídica; e o controle da emoção, que muitas vezes sobrepõe à razão”.
Ciclo de vida de empresas familiares
Glauco destaca que o ciclo de vida de empresas familiares é sempre definido em quatro fases: fundação, crescimento, apogeu e declínio. “Sendo assim, a sucessão é um desafio importante e vital para ser instituído.
Vale fortalecer o conceito que o momento ideal para se pensar na sucessão é aquele onde se possa ser coordenado de forma organizada, com passos e procedimentos que possam ser feitos de forma efetiva, rigorosa e com muita atenção”, acrescenta.
“Este processo não deve ser feito de forma desorganizada ou brutal, o que causaria impacto negativo para todas as partes envolvidas”, finaliza.