Atualmente, 70% a 85% das empresas no mundo são consideradas familiares e no Brasil este índice é ainda maior, chegando a 90%. Estas empresas vivem problemas sérios com a questão da sucessão familiar, e o fator que gera este fenômeno é a falta de profissionalização e gerenciamento.
De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, ao tratar a organização de maneira familiar e amadora, o executivo permite que o sentimentalismo governe a empresa, criando ciúmes e desentendimentos. No ramo do agronegócio, a necessidade torna-se evidente ao analisar que o crescimento financeiro e econômico foi grande, contudo, na transição entre as gerações existe um grande vazio de conhecimento e técnica. Em geral, as empresas familiares apresentam a seguinte realidade:
Glauco explica que existem alguns princípios básicos para realizar a sucessão familiar em uma empresa. Contudo, são necessários que sejam quebrados alguns mitos, a saber:
1- Estruturas de Governança são adotadas para GARANTIR o controle acionário da família ao longo do tempo, e não para diminuí-lo.
2- Como a morte é o único fato certo na vida, a sucessão jamais pode ser desprezada. Planejá-la passa a ser então a melhor opção para evitar danos maiores na empresa, no patrimônio e na própria família.
3- Na ausência de um prévio planejamento sucessório,a sucessão seguirá os critérios definidos em lei, o que aumentará os riscos na continuidade da gestão empresarial e no patrimônio.
4- Na prática, para a empresa, não planejar a sucessão significa:
a. – disputa judicial entre os herdeiros;
b. – demandas pela anulação de testamentos;
c. – demanda pelo ingresso na gestão de pessoas sem qualificação técnica ou experiência necessária.
5- Na prática, para o patrimônio, não planejar a sucessão significa:
a. – impossibilidade de redução dos tributos;
b. – transferência dos bens sofrerá a incidência das alíquotas vigentes na época da morte
c. – eventual demora no inventário ocasionará a indisponibilidade total ou parcial do patrimônio
d. – a ação de inventário aumentará sensivelmente os custos jurídicos.
Com isso, destaca Glauco, o número de empresas que conseguem passar pelo processo sucessório e continuar com êxito em suas trajetórias, acaba sendo bem restrito.
Por fim, existem três premissas importantes para definir o sucessor em uma empresa familiar dentro do ramo de agronegócio. Contudo, é importante citar que o sucessor deve ser apenas um indivíduo e não um grupo ou irmãos.