De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a sucessão do fundador de uma empresa familiar chega ao fim quando deixa o caminho aberto para a transição entre a segunda e a terceira geração. O processo de formação de administradores nunca se encerra, mas é preciso entender que nem todos os herdeiros devem participar da gestão. Portanto, profissionalizá-los como acionistas é tão importante quanto preparar líderes.
No Brasil, 70% dos empreendimentos familiares que desapareceram foram minados por disputas familiares ou societárias, e não por falhas de gestão. Glauco que muitos problemas surgem justamente quando a relação deixa de ser entre irmãos e passa a ser entre primos, sem que exista noção do papel do herdeiro na empresa.
Glauco afirma que a maioria não está preparada para virar sócio. “A pessoa acredita que vai herdar um cargo, quando na verdade recebe um pedaço da sociedade”, diz. Por isso, a sucessão eficaz é aquela apoiada na separação, sempre que necessário, entre família, propriedade e administração.
Glauco lembra ainda que muitas empresas são multifamiliares, principalmente no setor de educação, no qual professores se juntam e criam uma escola ou universidade. “É preciso profissionalizar a família, ou os sócios vão brigar e podem destruir a empresa. Depois, com gestor familiar ou não, a empresa seguirá uma orientação única de todos.”