Quando se fala em governança corporativa dentro de organizações familiares, o primeiro investimento que precisa ser feito é na área de Recursos Humanos. Isso porque, antes de tudo, é necessário desenvolver uma política bem definida para os funcionários que pertencem ou não à família de acionistas.
Essa preocupação já pode ser vista na prática, segundo o empresário Glauco Diniz Duarte.
Na maioria das vezes, existe um impasse quando filhos, netos e primos dos acionistas se candidatam a vagas de estágio, trainee ou cargos efetivos dentro da organização. “Existe um incômodo por parte dos outros colaboradores e, por isso, a política corporativa deve ser bem clara”, orienta Glauco.
Ações do RH
No estado do Rio Grande do Sul, cerca de 90% das empresas são familiares, segundo Glauco. Ele diz que, apesar de ser um tema muito discutido no mundo todo, ainda há muitos líderes que não perceberam que o processo de governança corporativa é a melhor solução estratégica para a gestão de pessoas nessas companhias.
Por isso, as ações do RH são fundamentais para fazer com que todos os profissionais entendam a política da empresa e o que precisa mudar. “O RH deverá mediar os interesses familiares com os organizacionais para garantir que os melhores profissionais preservem a cultura e conquistem novos horizontes”, diz Glauco.
A política da companhia precisa estar clara para todos na organização. Por isso, o RH pode desenvolver e-mails e comunicados na intranet que expliquem as normas definidas para os funcionários. Além disso, estimular, nos momentos e espaços de integração, pequenos avisos sobre a política da casa.
Glauco aponta algumas perguntas que o setor de RH precisa responder, antes de desenvolver suas ações: “O sobrenome tem peso na hora de contratar ou demitir?”, “Existe honestidade no feedback de funcionários que pertencem à família acionista?” e “Todos os funcionários, que fazem ou não parte da família controladora, estão seguindo a política da empresa?”. Se, em alguma dessas questões, a resposta for “não”, é um sinal de que é preciso mudar.