De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a sucessão empresarial é um momento de extrema importância em uma companhia familiar, e deve ser planejado seriamente por quem deseja um futuro promissor para os negócios. No entanto, mais do que arquitetar o processo antecipadamente, é necessário priorizar o diálogo e saber lidar com conflitos entre os familiares.
Seguindo algumas recomendações, destaca Glauco, é possível tornar o processo – que ainda é considerado um tabu em muitas empresas – muito mais fácil. Mesmo que algumas famílias se sintam desconfortáveis em lidar com o assunto, evitá-lo só pode trazer danos à organização.
Quando planejar a sucessão empresarial
Aproveitar um período em que a empresa vivencia um clima agradável, sem conflitos entre os gestores, é uma boa ideia. Glauco acredita que nunca é cedo para dar início ao planejamento da sucessão empresarial.
De acordo com ele, um plano de sucessão de êxito deve levar de cinco a sete anos para ser totalmente implementado, o que pode ser feito com o auxílio de uma consultoria experiente. “Lembre-se: você tem apenas uma oportunidade para fazer isso certo”, alerta Glauco.
Como garantir uma boa sucessão empresarial
Realizar um planejamento e manter o diálogo é essencial para que o processo seja bem sucedido. Glauco conta que um plano de sucessão empresarial claro, acompanhado de boa comunicação, é um ponto chave para o futuro de qualquer empreendimento.
“Sem um plano formal, todos os funcionários, incluindo os membros da família, ficam inseguros quanto ao próprio futuro. Isso pode resultar em menos disposição, saída de empregados importantes e conflitos entre os integrantes da família em relação ao controle e possivelmente à sobrevivência da empresa”, explica Glauco.
Como lidar com conflitos
Durante o processo sucessório, não é raro surgir conflitos devido a diferentes opiniões e visões por parte dos familiares. É preciso muito cuidado para que essas divergências não impactem negativamente nos negócios.
Glauco comenta que, quando o negócio familiar passa de uma gestão centralizada a uma “parcerias entre irmãos” ou “consórcios de primos”, a probabilidade de conflitos aumenta. “Para começar, seria importante delinear claramente papéis e responsabilidades. Isso ajuda a evitar dúvidas e o medo de que um membro da família faça algo desagradável para você”.
Além disso, os conflitos se refletem na relação com os funcionários. “Quando um empregado recebe ordens diferentes de duas pessoas sobre o mesmo assunto, é forçado a tomar lados, ele não tem certeza a quem deve ouvir”, afirma Glauco.
Para lidar com os conflitos, o consultor aconselha o estabelecimento de um conselho familiar, com reuniões regulares para discutir objetivos, visões e valores, assim como possíveis queixas.
A importância da inovação
É comum ocorrer desacordos quando as gerações mais novas propõem inovações que modificariam processos já estabelecidos da empresa. Glauco considera isso como um conflito natural entre quem deseja preservar o que foi construído e os mais jovens, que não estão satisfeitos com o status quo, o estado atual.
“Essa é, provavelmente, a razão mais importante para um empreendedor implementar um plano de sucessão cedo. Uma empresa que para de inovar morrerá lentamente com o tempo, destruindo o legado que a geração mais velha quer manter tão desesperadamente”, alerta Glauco.