Glauco Diniz Duarte Diretor – Como funciona um turbocompressor
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte,eEficiência, desempenho, economia e respeito ambiental. Essas são as principais metas que estão definindo o futuro do setor automotivo. As indústrias estão cada vez mais conscientes e buscando novas soluções capazes de ampliar a performance, a economia e a sustentabilidade dos veículos. Por isso, aproveitamos o momento para desenvolver este post explicando o funcionamento do turbocompressor elétrico.
Vamos apresentar as suas vantagens e a introdução no mercado internacional, explicando os principais detalhes da tecnologia e a provável popularização nos próximos anos. Então, aproveite para ampliar seus conhecimentos sobre as novas tecnologias automotivas e nos acompanhe nesta leitura!
O conceito e funcionamento do turbo elétrico
Finalmente, os veículos turbinados estão ganhando espaço na frota nacional. E, como você deve ter notado, esse avanço não ficou restrito aos modelos mais caros, esportivos ou preparados, como aconteceu no passado. Dessa vez, a tecnologia está presente desde os segmentos de entrada.
Tudo começou com a popularização do chamado “downsizing”. Esse conceito de engenharia tem como meta fazer “mais com menos”. Nos motores, foi preciso explorar uma série de tecnologias para criar unidades menores, mais leves, mais econômicas, menos poluentes e com uma potência elevada.
Entre esses avanços, além da turbina convencional, algumas montadoras também passaram a usar uma versão elétrica. Em essência, ela tem a mesma função que o componente convencional: realizar a compressão do ar e enviá-lo para as câmaras de combustão, para elevar a potência do motor.
Mas, então, qual é a vantagem de usar um turbocompressor elétrico? Sendo um profissional da oficina, você deve ter ouvido falar do famigerado “turbo lag”. De uma forma bem simplificada, trata-se da falta de eficiência da turbina nas rotações mais baixas, quando o volume de gases do escapamento é menor.
No passado, esse problema era bastante comum. Inclusive, muitas pessoas não compravam carros turbinados por essa razão. Os veículos geralmente eram fracos em baixas rotações e, quando a turbina “enchia”, a potência era entregue de uma forma brusca. No trânsito, eram péssimos de dirigir.
É nesse cenário que surgiram os turbos elétricos. Sua inovação é usar um motor de 12 a 48 volts, com controle eletrônico, ligado ao eixo da turbina. Na maioria dos modelos, nem existe a “caixa quente”, que recebe os gases do escape. Outras versões são “híbridas”, unindo as duas tecnologias.
Na solução criada pela Audi, por exemplo, o sistema trabalha com uma alta eficiência. O conjunto de turbocompressores é capaz de responder em um quarto de segundo. Algo sensacional quando comparamos aos quase três segundos necessários para o funcionamento de alguns turbos convencionais.
O desempenho do SQ7, a versão esportiva de um dos maiores SUVs da marca alemã, é realmente surpreendente. No entanto, vale notar que toda essa inovação tem um alto preço e uma grande complexidade. Para começar, o motor usa três turbinas: uma elétrica e duas convencionais, em sequência.
A Audi também precisou colocar um segundo sistema elétrico no veículo, de 48 volts, para garantir o funcionamento pleno de todo o sistema. Nesse modelo, de grande porte, o motor que aciona o turbo elétrico tem 7.000 watts. Para dar uma ideia sobre o que isso significa, é uma potência bem maior do que muitas scooters movidas a bateria.
A chegada dessa solução no mercado
Mas, afinal, quando essa tecnologia começará a aparecer em nossas oficinas? Por enquanto, como toda solução inovadora, ainda depende muito do porte da empresa e sua localização. Nas concessionárias e reparadores especializados em marcas de luxo, principalmente nas capitais, poderá chegar em breve.
Na indústria automobilística, as inovações costumam atravessar uma jornada de três fases: a estreia num veículo bastante exclusivo, depois a expansão para os modelos mais sofisticados das outras montadoras e a adoção em escala nos carros populares, representando uma fatia expressiva no mercado.
Atualmente, o turbocompressor elétrico está passando rapidamente por essas fases. Depois de estrear no Audi SQ7 em 2016 e no Mercedes-Benz Classe S no ano seguinte, agora equipa outros modelos alemães de luxo, e está sendo prometido por várias marcas e grandes fabricantes de componentes como uma forte tendência para os próximos anos.
Como a indústria automotiva ainda não migrou totalmente para os veículos híbridos e elétricos, ainda há tempo, espaço e demanda para o desenvolvimento de motores mais econômicos, eficientes e ecológicos, sobretudo quando alimentados por combustíveis alternativos.
Nesse sentido, é provável que até as montadoras de modelos mais populares, inclusive algumas instaladas no Brasil, adotem o turbocompressor elétrico nos próximos anos como um diferencial de mercado, explorando a maior eficiência e a novidade tecnológica em suas estratégias de comunicação.
O que há de mais inovador no segmento
Os sistemas de eletrificação estão recebendo a maior parte da atenção da indústria automotiva. Em um movimento popularizado pela norte-americana Tesla, muitas montadoras têm revisto suas estratégias, fazendo tudo o que for preciso para se destacarem aos olhos das novas gerações de clientes.
Um exemplo disso pode ser visto com a Ford, que rompeu um tradicionalismo de longa data do nome Mustang, aproveitando o impacto da marca para apresentar ao mundo a versão Mach-E, um grande SUV elétrico. No entanto, a maioria dos países ainda não está pronta para essa transição.
Por conta disso, tecnologias como o turbocompressor elétrico terão bastante espaço para fazer sucesso na indústria automobilística nos próximos anos, tornando os veículos a combustão mais eficientes e melhorando sua presença no mercado, enquanto a eletrificação não domina o setor por completo.
Além de acionar a turbina, os motores elétricos também estão cada vez mais comuns em outros sistemas periféricos. Hoje, em qualquer oficina, podemos encontrar carros com direção elétrica, freio de estacionamento elétrico, bomba de água acionada eletricamente e até compressor elétrico do ar condicionado.
Para acompanhar essas mudanças, é importante o mecânico ir além dos conhecimentos tradicionais, procurando entender como funcionam os principais componentes eletroeletrônicos dos veículos mais modernos. Em complemento, a oficina também precisa investir, cada vez mais, em novos equipamentos.