Glauco Diniz Duarte Diretor – Energia solar está mais barata
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, um número cada vez maior de brasileiros está descobrindo através da instalação dos sistemas de energia solar fotovoltaica, que hoje atendem mais de 64 mil imóveis.
Neste artigo eu irei lhe mostrar as informações que comprovam que a energia solar barata já é uma realidade no Brasil.
Além disso, também vou te apresentar uma ferramenta gratuita de simulação que mostra, na hora, o custo e retorno estimados do seu projeto para que você tire suas próprias conclusões. Confira!
Popularização e Queda dos Custos da Energia Solar no Brasil
Apesar de muitos ainda considerarem a energia solar no Brasil cara, uma coisa é certa: ela é a vontade da maioria dos brasileiros, nesse ponto não existem dúvidas.
Uma prova disso foi a pesquisa encomendada pela Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) e realizada pelo Ibope em junho de 2018.
Das 2.002 pessoas entrevistadas, 89% delas responderam que gostariam de gerar a própria energia como solução para as contas de luz muito altas.
Caso você ainda não saiba, isso já é uma possibilidade no Brasil desde 2012, ano em que a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) criou as regras do segmento de geração distribuída através de sua Resolução Normativa 482.
Diferente da geração centralizada, no segmento distribuído a energia é gerada de forma distribuída pelos próprios consumidores, no local de consumo ou próximo a este, através de geradores movidos por fontes de energia renováveis.
E, segundo o banco de dados da ANEEL, dos 64.527 estabelecimentos no país que fazem parte do segmento (isso até 14/03/19), 64.258 deles o fazem através de sistemas fotovoltaicos, ou seja, mais de 99% deles!
Isso representa um crescimento absurdo desde que o segmento surgiu há 7 anos atrás, quando então haviam apenas 3 sistemas fotovoltaicos instalados.
Porém, isso ainda é pouco quando comparado ao total de 886.700 conexões esperadas pela ANEEL até o final de 2024.
Mas não para por aí. Além dessa expansão sobre os telhados brasileiros, a tecnologia fotovoltaica ainda é muito utilizada nas regiões mais ensolaradas do país. Pensou no Nordeste? Então acertou.
Se o sol é a fonte que alimenta as placas, obviamente que os projetos de usinas solares vão para onde o sol brilha mais forte e, a cada ano, o Nordeste brasileiro desponta como um novo polo de energia limpa.
Produzindo grandes quantidades de energia limpa diretamente pela luz do sol, elas ajudam a diversificar uma matriz elétrica cambaleante e cada vez mais dependente de usinas termelétricas devido a queda da produção hídrica.
Atualmente, o país conta com 73 usinas solares em operação, além de vários outros projetos já contratados nos leilões de energia, resultado da competitividade que a fotovoltaica ganhou nos últimos anos em relação as outras tecnologias de geração.
Como ela ganhou competitividade? Preço, claro.
Toda essa popularização da fotovoltaica fez com que os custos da tecnologia registrassem uma queda de 83% em relação a 2010, segundo informa Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
Somente nos últimos 6 meses de 2018, para se ter ideia, os kits fotovoltaicos para casas e empresas registraram queda de 12% nos custos, segundo o estudo estratégico do mercado fotovoltaico de geração distribuída do 1º semestre de 2019, realizado pela empresa de pesquisa de mercado Greener.
Cálculo do Retorno do Sistema
Só que, mesmo sabendo que os sistemas estão mais baratos que antes, de nada adianta eu te falar sobre queda de custos, afinal, um sistema é projetado de forma exclusiva para cada consumidor e não segue uma tabela de preços.
Essa é a razão porque eu irei lhe apresentar a ferramenta de simulação, mas, antes disso, quero lhe falar sobre outro assunto que é crucial para decidirmos se a energia solar é barata ou não: o prazo de retorno sobre o seu investimento.
Retorno? É isso mesmo. Diferente de um carro ou até mesmo um imóvel, que só trazem gastos após a sua aquisição, um sistema de energia solar é um investimento que te trará o retorno na economia gerada na conta de luz.
“E qual é esse prazo?” Certamente é a pergunta que está na sua cabeça agora.
Assim como o custo do sistema, o prazo de retorno do investimento, também conhecido como payback, varia para cada consumidor, pois ele está ligado a vários fatores, sendo o maior deles a tarifa de energia da distribuidora local.
Porém, para saciar a sua curiosidade, mostrarei uma estimativa rápida baseada em um exemplo prático.
Imagine um consumidor residindo no interior do estado de São Paulo, que gasta R$300,00 por mês de energia a uma tarifa da CPFL Paulista de R$0,48 o kWh (quilowatt-hora) e com padrão bifásico.
Um sistema fotovoltaico para esse consumo mensal e instalado nessa região sai entre R$24 mil a R$27 mil, já considerando o projeto, equipamentos e mais a instalação.
Esse sistema poderá suprir toda a energia que o morador irá consumir, ficando ele obrigado a pagar apenas o custo mínimo de disponibilidade do uso da rede.
Para um padrão bifásico, o custo de disponibilidade é referente ao consumo de 50 kWh, o qual, multiplicado pelo valor da tarifa de R$0,48, será igual a R$24,00.
Assim, podemos concluir que esse consumidor terá uma redução de aproximadamente 92% na sua conta de luz com o uso do sistema, de R$300,00 para R$24,00.
Somente no primeiro ano, esse consumidor teria uma economia de R$3.312,00. Considerando esse valor de economia todo o mês, esse consumidor conseguiria amortizar o investimento em seu sistema em cerca de 8 anos.
No entanto, outra importante variável para o cálculo do payback é a inflação energética, quanto mais cara a energia, maior a economia obtida.
Todos sabemos que o aumento no preço da energia elétrica no Brasil é constante e, infelizmente (pelo menos para quem ainda não tem energia solar), essa inflação energética deverá continuar.
“Tá bom, mas eu não sou de São Paulo, como fica o retorno do investimento para mim?” Eu te falo já!
A empresa de energia COMERC divulgou, em agosto de 2018, o seu índice solar, no qual calculou o tempo de retorno sobre um sistema fotovoltaico nas principais capitais do Brasil.
O estudo calculou o payback de consumidores residenciais (baixa tensão) e comerciais (alta tensão) levando em consideração, principalmente, as tarifas de energia de cada distribuidora.
Vemos, então, que o prazo máximo para retorno sobre um sistema residencial é de 6,63 anos e, para um sistema comercial, de 8,21 anos.
Um sistema de energia solar dura, no mínimo, 25 anos e com pouquíssima queda de geração nesse prazo, ou seja, mesmo no pior cenário, o consumidor teria ainda 16 anos e meio de geração elétrica pelo seu sistema DE GRAÇA!
É vantagem ou não é? Se considerarmos todos esses anos de energia grátis que o gerador pode proporcionar, veremos que a instalação de um sistema de energia solar é a melhor opção para casas, empresas ou qualquer outro imóvel.
Painel Solar Caseiro: A Energia Solar Barata Que Sai Cara
“O quê?! R$27 mil em um sistema de geração elétrica solar para a minha casa? Nunca! Vou fazer meu próprio sistema que sai mais barato.”
Não acho que você, consumidor que está lendo este artigo agora, iria considerar uma ideia absurda dessa, porém, considero o meu dever lhe alertar sobre os riscos que você estará correndo com isso, seja para o seu bolso ou para a sua própria vida.
Vivemos na era do “faça você mesmo” ou, se quisermos ser mais chiques, o “do it yourself”. Com a energia solar não é diferente e na Internet é fácil encontrar vídeos e manuais para a fabricação caseira de placas de energia solar.
A primeira coisa que destaco aqui é: mesmo que possível, essas placas não podem ser consideradas 100% caseiras, já que as células fotovoltaicas precisam ser adquiridas pela internet.
E é exatamente aí que reside um dos maiores custos de produção das placas solares, pois exige todo um processo de extração e limpeza do silício (matéria-prima) bem oneroso.
Ok, mas supondo que a pessoa comprou essas células e montou as suas próprias placas solares, mesmo assim, não existe vantagem nenhuma nisso, uma vez que um módulo fotovoltaico comercial é fabricado com as mais altas medidas de segurança e proteção.
Sabendo que as placas ficam sobre o telhado, você acha que elas são apenas o conjunto das células ligadas em série?
Claro que não, existem várias camadas de proteção e segurança em um módulo. Veja pela imagem abaixo:
No entanto, ainda mais que a integridade física do módulo, o risco de uma instalação solar caseira reside na segurança para o seu imóvel, para você e a sua família.
É claro, estamos falando de energia elétrica, e com ela não é permitido sermos levianos. Um sistema se energia solar caseiro pode, em caso de pane elétrica, levar o seu imóvel inteiro à chamas e colocar a sua vida em risco.
Se isso não fosse o suficiente para encerra esse assunto, o fato é que, ao menos que a intenção fosse gerar energia apenas para uso imediato (de dia), o uso de baterias seria necessário para armazená-la para uso durante à noite.
E eu nem falei ainda sobre o inversor solar, peça-chave de qualquer sistema fotovoltaico e o qual não é, ao menos que se tenha notícia, possível de se fabricar de forma caseira.