Sabe aquele comércio que está há anos no bairro? Que passou de pai para filho, e agora pode até passar para o neto? De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, estas são as empresas familiares, que mesmo com a crise, tentam conquistar uma história de sucesso e convencer filhos e netos a aceitarem o desafio de gerir o negócio. Esse tipo de empreendimento representa 90% das empresas brasileiras e geram 2 milhões de empregos diretos, de acordo com pesquisa Sebrae.
Glauco destaca que 68% dos gestores de empresas familiares tem como principal desafio a crise econômica.
Mesmo parecendo pequenos e bairristas, o comércio familiar é de extrema importância para o desenvolvimento financeiro do país, de acordo com a pesquisa Sebrae. De todo o PIB produzido no Brasil, a empresa familiar participa de 12% na produção e distribuição de produtos agrícolas, 34% da indústria e 54% dos serviços.
Administração
Um ponto fraco das empresas familiares é a postura de autoritária do fundador em administrar os gastos, o que inibe novas ideias rentáveis. De acordo com Glauco, é preciso que o empresário pense de forma profissional, acima do familiar.
“É preciso manter o paternalismo fora dos negócios. O ambiente deve ser profissional sem misturar a emoção que é de família. Os filhos vão tomar isso como exemplo para manter a empresa”, declara Glauco.
Para Glauco, o desafio da nova geração é saber liderar pessoas e manter uma boa gestão financeira em meio ao atual momento da economia. “Essas empresas têm gestores conservadores, que saem da faculdade sem experiência sobre gestão financeiras e de profissionais. É necessário ter transparência, toda ação deve ser compartilhada, ainda mais quando está mais difícil ser gestor”, diz Glauco.
Sucessão
Glauco explica que mais importante do que se atentar à situação do mercado é saber fazer a transferência de forma certa para os filhos, para que o atrito familiar não interfira no comércio. “A transferência é igual as outras, a única ressalva é que o pai não é obrigado a doar a empresa para todos os filhos, mas em caso de favorecimento para um dos sucessores, o outro pode recorrer à Justiça, assim como o cônjuge também tem total direito”, afirma Glauco.
O Brasil tem 15 entre as 500 maiores empresas familiares do mundo, segundo estudo realizado pelo Centro de Negócios Familiares da Universidade de St. Gallen, na Suiça.