O empresário Glauco Diniz Duarte diz que é consenso entre os especialistas que as empresas familiares, hoje, representam a base da economia mundial. Porém, apesar de sua importância, observa-se que um número significativo de empresas familiares no agronegócio não se perpetuam através das gerações. Entre as causas estão os mitos que envolvem o planejamento sucessório, formando verdadeiras barreiras e comprometendo a sua continuidade.
Segundo Glauco, planejar a sucessão não significa a saída do negócio. É possível organizar como o processo acontecerá, definir os papéis que cada um assumirá no negócio e possibilitar que haja uma aprendizagem gradativa para quem se prepara para dar continuidade ao negócio.
“Mas meu sucessor não vai dar conta e meu negócio não continuará sólido.”
O sucessor, quando preparado, terá condições de assumir papéis importantes na gestão da empresa. A prática e os conhecimentos da atual geração serão sua base para que desempenhe da melhor forma possível as atividades.
“Mas essa mudança coloca em risco toda a continuidade do negócio.”
Ao contrário. Glauco diz que quando houver dedicação de ambas as partes para a formação do sucessor, combinações claras e tarefas bem definidas, a continuidade fará parte do processo. Preparar quem assumirá o negócio no futuro junto com o atual gestor reduz os riscos de problemas e rupturas. O antigo e o novo estarão juntos, experiência e inovação, mantendo a cultura da família empresária. Assim, a empresa estará pronta para essa nova etapa aumentando a probabilidade de o negócio permanecer sólido geração após geração.
“Tenho mais de um sucessor. Terei que escolher um?”
Caso o negócio comporte não é necessário escolher somente um sucessor. Como se trata de um processo de mudança, em que haverá a transição de uma sociedade de pais e filhos para uma sociedade de irmãos, é possível que os que tenham interesse se preparem para assumir papéis no negócio. É importante que haja alinhamento, objetivos comuns, combinações e regras claras.
Precisamos atentar para a seguinte relação: necessidade do negócio x perfil do profissional familiar. Deve-se otimizar o potencial de cada um pensando no que o negócio realmente precisa. Uma forma de conseguirmos isso é através da avaliação do perfil profissional.