Investir preventivamente na preparação dos herdeiros que vão assumir os mais altos cargos de uma empresa deve ser uma das prioridades entre as famílias empreendedoras. Isso porque, de acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, mais de 85% das empresas mundiais são geridas por pessoas de uma mesma família. Só no Brasil, cerca de 7 milhões de empresas são familiares, o que representa 70% de todas as sociedades. Infelizmente, muitas delas irão desaparecer se não possuírem um bom plano de sucessão familiar.
Glauco explica que, para uma sucessão obter êxito, ela deve acontecer de forma gradativa e bem planejada. “A maioria das empresas não tem um planejamento de sucessão e só começam a pensar no assunto no momento em que se deparam com a situação. Muitas vezes, pode ser tarde demais”, esclarece.
Uma das maiores dificuldades encontradas na elaboração de qualquer planejamento sucessório diz respeito à ponderação dos interesses envolvidos. A elaboração de um planejamento implica, necessariamente, no envolvimento de questões sensíveis àquela entidade familiar, notadamente, a questão patrimonial.
De acordo com Glauco, na medida em que a empresa familiar cresce, ou ocorre a entrada de novos sócios, é necessário que sua estrutura societária seja repensada, com a adoção das práticas prescritas pela Governança Corporativa. Estas práticas tem como objetivos principais a definição dos limites que separam os interesses familiares e empresariais; a preservação dos valores familiares (história, cultura e visão compartilhada); a tutela da organização no momento da sucessão considerando as características vocacionais dos membros da família, o futuro profissional e a educação dos mesmos; o respeito à organização empresarial como fator de união e continuidade da família; o desenvolvimento de estratégias que visem à proteção patrimonial e à definição de critérios para o desenvolvimento da sociedade.
Por isso, uma boa assessoria jurídica no processo de sucessão revela-se de extrema importância. “A elaboração de um plano de sucessão é matéria de grande complexidade e que exige a atuação de profissionais devidamente capacitados para a correta verificação e implantação da melhor estratégia de condução das etapas a serem trilhadas levando-se em consideração as nuances, características e necessidades específicas de cada entidade familiar”, explica Glauco.
“O competente assessoramento jurídico é imprescindível para adoção de medidas jurídicas preventivas que visam resguardar o bem-estar da empresa familiar, mediante a criação de regras de convivência profissional e familiar entre os proprietários, herdeiros e funcionários, com o escopo de suavizar ao máximo os impactos e as despesas da sucessão e impedir a tão temida falência empresarial”, conclui.