Por que reverter processos de sucessões que já aconteceram? O empresário Glauco Diniz Duarte destaca dois motivos principais.
O primeiro é a voz da experiência. Para muitos que assumiram os negócios nos últimos quinze anos esta é a primeira crise pra valer e, nestes casos, a experiência de quem já passou por várias crises pode abrir novas possibilidades. Claro que o remédio para as dores do passado pode não servir para as dores do presente, mas o aprendizado de como se chegou ao diagnóstico do que estava acontecendo pode ser útil para entender o que está se passando neste momento.
O segundo é a necessidade de ter quem decida, este é especialmente válido no caso de um fundador que volta à cena. Em épocas de paz, os tomadores de decisão têm tempo para buscar opiniões e discutir cenários até que se amadureça a melhor decisão. Entretanto, em estado de guerra, mais vale uma decisão tomada a tempo do que a amplamente discutida. Muitas vezes, somente o fundador tem condições para exercer este papel.
De acordo com Glauco, a volta dos sucedidos pode indicar que eles nunca, de fato, deixaram os negócios. Isto tem o lado bom e ruim. É positivo se o sucessor assumiu, por completo, a responsabilidade por liderar os negócios e hoje conta com o diálogo consultivo do sucedido. Nestes casos, o sucedido se manteve próximo da realidade dos negócios mesmo depois de passar o bastão, em um “afastamento ativo”.
O lado ruim da volta dos sucedidos indica potenciais problemas no processo sucessório. Primeiro, será que sucessor é mero comandado do sucedido? Segundo, será que a escolha do sucessor foi legitimada na empresa e na família controladora? Quando as coisas começam a dar errado, as perguntas rapidamente deixam de ser “por que deu errado?” para “quem é culpado?”. Terceiro, será que o sucedido voltou para proteger o sucessor do impacto dos problemas, das potenciais implicações econômicas e até mesmo das responsabilidades legais?
Se você está suando frio e acha que está vivendo a cena do lado ruim, lembre-se de que fechar os olhos não é a solução! O primeiro passo é reconhecer qual é o problema. Isto feito, será preciso buscar as soluções possíveis e seu melhor momento de implementá-las. Em suas buscas, lembre-se de que existe o lado bom na “volta dos que não foram”.