Cuidado, você pode estar sendo enganado por você mesmo. Terminar o mês com dinheiro no caixa, não significa que está tendo um lucro sustentável. Já dizia Peter Drucker, o pai da administração moderna: “Nem a quantidade produzida, nem o lucro são, por si só, uma medida adequada do desempenho da gerência e do empreendimento”. Nesse sentido, a forma mais eficaz de impedir surpresas desagradáveis no saldo bancário de sua empresa é a gestão financeira. A gestão do seu capital diz respeito à decisão de investimento (aplicação de recursos) e de financiamento (captação de recursos).
De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, se você parar para avaliar, vai perceber que todos os processos dentro de uma empresa — recursos humanos, controle de materiais, vendas, estoque, comunicação, fiscal — estão diretamente ligados ao controle financeiro. Até aí nenhuma grande novidade, certo? Mas, responda com sinceridade, até que ponto, na prática, a gestão financeira é levada em conta na sua rotina administrativa? Você consegue analisar a saúde financeira (atual e futura) de sua empresa com as informações disponíveis atualmente?
A importância das informações financeiras atualizadas
Conan Doyle, autor dos livros sobre Sherlock Holmes, disse certa vez: “Um erro capital é desenvolver a teoria antes de se ter os dados”. Essa frase pode também ser utilizada para resolver algo não tão enigmático quanto as histórias do detetive Holmes: a gestão financeira. Não tem mistério, informações e dados são essenciais também no caso da administração do dinheiro de sua empresa.
Uma boa gestão financeira deve prever a melhor margem de lucratividade, equilibrando os gastos e avaliando o saldo atual de contas a pagar e a receber, analisa Glauco. Funciona assim: se houver um controle financeiro eficaz, você vai poder avaliar como seu capital rodou no passado e o que está acontecendo no presente. Dessa forma, é possível identificar possíveis falhas e despesas desnecessárias, além de alternativas de lucro a partir do remanejamento de aplicações.
Ou seja, não há planejamento estratégico sem dados econômicos que apontem possibilidades de atuação. Lawrence J. Gitman, no livro “Princípios de Administração Financeira”, ressalta essa importância sobre a avaliação financeira: “A análise por meio de índices financeiros é usada para comparar o desempenho e a situação de uma empresa com outras empresas, ou consigo mesma ao longo do tempo”.
Possibilidades
Com informações financeiras relevantes, você pode descobrir, por exemplo, se está prejudicando seus investimentos tirando dinheiro do capital de giro para comprar materiais a mais que ficam parados no estoque. Fazendo um bom controle financeiro, você consegue também avaliar se, de acordo com o desempenho de vendas de determinada área, daqui a algum tempo poderá oferecer aumento aos colaboradores deste setor. Ou seja, a gestão financeira vai te guiar em relação a fatores imprescindíveis para o seu planejamento, tais como empréstimos, fluxo de caixa, investimentos e implantação de metas, aponta Glauco Diniz.