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Gestão de Empresas Familiares: Como Evitar os Problemas Mais Comuns

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte um dos pontos fracos apontados na empresa familiar é a falta de profissionalização e a centralização de poder. Mas, só é possível pensar nestas coisas se pensarmos em etapas. Na primeira fase a necessidade é garantir a sobrevivência.

Montar uma empresa é o grande sonho de muitas pessoas. As motivações iniciais geralmente são financeiras: ter uma fonte de renda sem depender da assinatura na carteira de trabalho, não ter que só cumprir ordens dos outros, não trabalhar para enriquecer os donos, etc. Logo o empreendedor se depara com uma dura realidade. É muito mais difícil do que se imaginava!

O primeiro cliente, mais do que alegria, revela a importância dessa conquista para pagar as contas da empresa e seu pró-labore. Cai a primeira ficha: se quiser sobreviver, se quiser ter uma empresa, necessitará de funcionários, clientes e fornecedores. Mesmo tendo 100% das cotas, nada serve sem estas pessoas.
Esta mudança interior é algo que ocorre no âmago do fundador da empresa. Se não ocorrer esta mudança será impossível garantir a sobrevivência e longevidade.

Para Glauco provavelmente a coisa mais importante e mais difícil para o empreendedor é compartilhar este sentimento com os outros, inclusive seus sócios. Não são todos os sócios que tem esta percepção e mudança.

Principais Problemas da Empresa Familiar
Segundo Glauco um dos pontos fracos apontados na empresa familiar é a falta de profissionalização e a centralização de poder. Mas, só é possível pensar nestas coisas se pensarmos em etapas. Na primeira fase a necessidade é garantir a sobrevivência.

Em um primeiro momento a empresa é o que chamo de lançamento do foguete. Para fugir da força da gravidade é preciso muita força. O empreendedor é o executor das tarefas operacionais. Fazer tudo, trabalhar duro até altas horas da noite é a rotina diária. Nessa hora é querer demais falar em profissionalização e descentralização de poder.

Dicas para a Gestão Profissional de uma Empresa Familiar
1) Tratar Assuntos Profissionalmente
Para Glauco não é a profissionalização que vai fazer a empresa decolar, vale muito mais o coração do que qualquer técnica de gestão. O importante nesta fase não é o grau de profissionalização da empresa. É em que nível os assuntos são tratados profissionalmente, ou seja, o interesse da empresa deve vir em primeiro lugar. É preciso saber separar a pessoa física da jurídica.
São três os aspectos a serem considerados quando se fala na profissionalização. Um é tratar os assuntos comerciais de forma profissional, ou seja, sem sentimentalismo. Outro é contratar profissionais especializados. O último é a gestão profissional de verdade, ou seja, entregar a direção na mão de profissionais do mercado.
Tratar tudo profissionalmente deve ser o primeiro aprendizado do empreendedor iniciante. A relação familiar é comandada por laços afetivos, de proteger a família, ajudá-la, etc. Tratar profissionalmente a empresa significa na prática uma coisa só: a empresa não pode ser usada como instrumento para manter, proteger ou ajudar a família.

2) Servir a Sociedade de Maneira Positiva
A empresa não é composta unicamente de elementos internos: sócios e funcionários. Ela é composta também de elementos externos sem a qual a empresa não sobrevive. São os seus clientes, fornecedores e parceiros comerciais. Assim, a empresa deve satisfazer a todos estes elementos, não especificamente a vontade do dono da empresa.
Glauco diz que a empresa é da sociedade, da comunidade que pertence. Se a sociedade perceber que nela não existe vontade de servir ao público, certamente ela acabará falindo. A empresa não é para servir exclusivamente ao dono da empresa, portanto, não deve ser utilizada para beneficiar os seus familiares.

3)É errado empregar parentes na empresa?
Os parentes também fazem parte da sociedade, portanto podem ter a oportunidade, desde que seja merecida. Desta forma, será necessário estabelecer algumas regras para manter harmoniosas as relações familiares. Há a necessidade de englobar os membros atuantes e não atuantes na empresa. De alguma forma, todos estão interligados à empresa.

4) Separar Claramente a Família e a Empresa
As regras são para separar claramente a família da empresa. Separar dinheiro: conta bancária pessoal e empresarial. Admissão de parentes. Estabelecer a remuneração (pró-labore) mensal dos sócios. Utilização de bens da empresa, especificamente sobre o uso de veículos. Viagens a negócio são para negócios e não para levar a família para passear.
São pequenas ações que precisam estar bem claras. É até compreensível usar o veículo ou levar a família na viagem de negócio. Mas se considerar que a empresa deve servir a todos (internos e externos) está totalmente errado.

Estas pequenas regras aplicadas desde o início evitam o maior ponto negativo apontado nas empresas familiares: conflitos e disputas que acontecem depois que a empresa começa a ganhar dinheiro.

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