Glauco Diniz Duarte Diretor – como aproveitar energia solar
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, nos últimos anos, o preço médio da energia elétrica subiu a índices maiores que o do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor).
Os consumidores estão cansados disso, segundo uma pesquisa realizada pela Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), 83% dos brasileiros consideram o preço da sua energia como cara ou muito cara.
Porém, a mesma pesquisa mostrou, ainda, que 89% desses brasileiros conhecem e querem a solução para esse problema: gerar a própria energia através de placas solares que captam e convertem a luz do sol em eletricidade.
Os sistemas solares fotovoltaicos, como são conhecidos, ganharam o coração dos consumidores, que com eles conseguem economizar até 95% da conta de luz e, ainda, usufruir de outros benefícios.
O sol, como o ditado popular diz, nasce para todos. Por isso, se a sua conta de luz já te incomoda (senão, ela ainda o fará) conheça abaixo como aproveitar a energia solar para reduzir a sua conta de luz através de um sistema solar.
Como Funciona Energia Solar Para Geração de Energia Elétrica
Você sabia que a luz do sol é uma das fontes de energia renováveis mais utilizadas hoje no mundo para a geração de energia elétrica?
São duas tecnologias disponíveis para isso: a Fotovoltaica e a Heliotérmica, que usam métodos e equipamentos diferentes para isso, mas que utilizam a luz do sol como fonte principal.
Neste artigo irei abordar com maior profundidade a tecnologia fotovoltaica, que representa a grande maioria dos projetos em operação hoje no mundo e a única que é viável aos consumidores, ou seja, você.
Energia Solar Heliotérmica
Mas, já que estamos falando sobre formas de aproveitamento da energia solar, não poderia deixar de abordar a tecnologia solar heliotérmica.
A primeira grande diferença dessa tecnologia para a fotovoltaica é que, diferente desta, na heliotérmica não é a luz em si que gera energia, ou seja, não é uma tecnologia de conversão direta da luz em eletricidade.
Outro grande diferencial da tecnologia heliotérmica, ou solar concentrada, como também é conhecida, é o espaço necessário para a sua utilização, limitando seu uso em projetos de grande porte.
Funciona assim: grandes espelhos refletores são construídos ao redor de uma grande torre central, captando e convergindo a luz do sol a um receptor instalado na torre.
O calor recebido será transferido para aquecer um reservatório cheio de um líquido especial que, quando aquecido, irá vaporizar e alimentar uma turbina elétrica, gerando energia.
A maior vantagem da tecnologia heliotérmica em relação a fotovoltaica é capacidade de geração durante a noite, uma vez que o calor pode ser reservado para uso posterior.
No entanto, os custos mais elevados e a limitação para projetos de maior porte fizeram com que a tecnologia fotovoltaica ganhasse maior espaço, inclusive sobre os telhados dos consumidores.
Energia Solar Fotovoltaica
Agora sim, você está pronto para conhecer a tecnologia que você ainda irá usar para aproveitar a energia solar em sua casa ou empresa?
A primeira coisa que você precisa saber sobre a energia solar fotovoltaica é que, ela sim, converte diretamente a luz do sol em energia elétrica.
E como isso ocorre? Você deve estar se perguntando. Muito simples, através do efeito fotovoltaico.
Efeito fotovoltaico?!
Calma, eu te explico de maneira simples e rápida.
O efeito fotovoltaico foi descoberto pelo físico francês Alexandre Edmond Becquerel, em 1839, quando este observou que alguns materiais, principalmente metálicos, emitiam elétrons de sua superfície ao contato com certas intensidades de luz.
Essa emissão de elétrons é a base para o funcionamento da tecnologia solar fotovoltaica. Uma placa solar, ou módulo fotovoltaico, é composto por várias células fotovoltaicas feita de um material semicondutor, sendo o Silício o mais comum deles.
Esse semicondutor, no entanto, passa por um processo de modificação artificial, chamado de dopagem, que cria duas camadas distintas: uma negativa e uma positiva, ou seja, uma com excesso de elétrons e outra com ausência deles.
As duas camadas são então unidas, com a negativa ficando por cima e a positiva por baixo. Quando em contato com a luz do sol, a camada negativa libera elétrons que migram para a camada positiva através de uma ligação externa, formando uma corrente elétrica.
A soma da corrente elétrica de todas as células forma a potência total que uma placa solar consegue entregar, a qual varia entre 275 a 335 Watts nos módulos atualmente comercializados.
Entender esse funcionamento da placa solar que você acabou de ver é o princípio para compreender como você pode aproveitar a energia solar em sua casa ou empresa.
Mas, para conseguir isso, você irá precisar de mais equipamentos além das placas, que juntos formam os sistemas solares fotovoltaicos.
Sistemas Fotovoltaicos Para Geração Elétrica
Assim como um tradicional gerador a diesel, a função de um sistema solar fotovoltaico é gerar energia elétrica (por isso também são conhecidos como geradores solares) mas utilizando para isso a luz do sol, fonte limpa e abundante.
Energia elétrica de algo instantâneo, caso não seja consumida, ela deverá ser escoada ou armazenada em baterias.
Com esse conceito em mente, a primeira coisa que você precisa saber é que existem dois tipos de sistemas: conectados à rede (On-grid) e isolados (Off-Grid).
Os dois geram energia da mesma forma, através das placas solares, e o seu diferencial está na forma como a energia gerada e não consumida será tratada.
Nos sistemas conectados à rede, o poste da rua é quem recebe essa carga, escoando para a linha de distribuição da distribuidora, enquanto que nos sistemas isolados ela é armazenada em banco de baterias.
No dia em que você finalmente for instalar o seu sistema (e esse dia está mais próximo do que você imagina), com certeza o tipo de sistema que você irá escolher será o On-Grid.
Isso porque, devido a legislação atualmente em vigor no país, eles são o tipo de instalação que traz o maior retorno e lucratividade para o consumidor.
Sistemas Conectados à Rede (On-Grid)
Antes de lhe dar mais detalhes sobre como esses sistemas funcionam, confira abaixo a rápida animação que preparamos para você entender o gerador On-Grid:
Ainda ficou alguma dúvida? Então segue o passo a passo abaixo:
Todos os dias, o sol irá iluminar o conjunto de placas solares, chamado de painel solar, que irão captar essa luz e convertê-la em energia elétrica através do efeito fotovoltaico já explicado acima;
Essa energia, gerada em corrente contínua, é enviada ao inversor fotovoltaico para ser transformada em corrente alternada, tipo padrão utilizado pelos equipamentos eletrônicos;
Do inversor, essa energia será enviada ao quadro de distribuição do seu imóvel para ser distribuída por todas as tomadas, alimentando qualquer equipamento elétrico;
Caso o consumo seja menor que a geração, o inversor irá injetar a energia excedente na rede do poste, sendo utilizada pela distribuidora para outros fins;
Mas calma! Você não perde essa energia. Através de um relógio bidirecional instalado junto ao sistema, cada Watt de energia que você entregou à rede é computado como um crédito;
Durante a noite, dias chuvosos ou nublados, quando a geração do sistema não consegue suprir o consumo total ou parcial do imóvel, a energia faltante será consumida normalmente da rede elétrica;
Ao final do mês, na sua conta de energia serão informadas a quantidade de energia injetada e consumida da rede, sendo que um sistema pode facilmente gerar toda a quantidade de energia que foi consumida no mês;
Assim, o gasto com consumo de energia é zerado pelos créditos, restando a você pagar apenas pelo uso da rede, a chamada taxa mínima da distribuidora, paga por todos os consumidores.
Créditos excedentes, ainda, ficarão válidos para uso por até 5 anos. É assim que meses de maior radiação solar compensam meses com menos luz do sol.
Regras Para a Geração Elétrica Solar
Esse sistema de créditos energéticos, chamado de sistema de compensação de energia elétrica, pode ter lhe causado algumas dúvidas, mas é tudo muito simples na verdade.
O Sistema é fruto da legislação do segmento de geração distribuída de energia elétrica, criada pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) através de sua Resolução Normativa 482, de 2012.
A RN 482 foi o marco que permitiu aos consumidores tomarem as rédeas sobre a sua energia elétrica, instalando geradores movidos por fontes renováveis, conectando-os às redes elétricas e realizando a troca da energia com a de suas distribuidoras.
E fique tranquilo, pois segundo as regras, as distribuidoras são obrigadas a conectar os sistemas à sua rede, caso esses atendam as exigências técnicas estabelecidas.
Em 2015, ainda, a ANEEL atualizou a legislação através da RN 687 que, entre outras melhorias, trouxe 3 novas modalidades de geração:
Autoconsumo Remoto: quando você pode instalar o sistema em outro imóvel ou terreno de sua propriedade e utilizar os créditos gerados para bater do consumo de onde reside, desde que ambos estejam dentro a área de atendimento da mesma distribuidora.
Geração Compartilhada: quando você pode se unir a outras pessoas para a instalação de um sistema em local diferente de onde residem e compartilhar os créditos gerados entre si.
Empreendimentos Com Múltiplas Unidades Consumidoras: caso você seja morador de um condomínio residencial, seja de casas ou apartamentos, é possível unir seus vizinhos para a instalação de um sistema central, que pode abater o consumo tanto das áreas comuns, como de cada unidade.
Conheça no vídeo abaixo um caso de sucesso dessa modalidade:
Casos Reais de Clientes Que Já Aproveitam a Energia Solar
Como informei no começo desse artigo, os sistemas solares fotovoltaicos já viraram o novo sonho de consumo dos brasileiros, que com eles conseguem economizar na conta de luz.
São muitas as vantagens que ela traz à você, sendo as principais delas:
Economia de até 95% na conta de luz;
Proteção contra a inflação energética;
Placas com vida útil acima de 25 anos e com eficiência de, no mínimo, 80% de geração;
Valorização do imóvel;
Geração 100% silenciosa.
São, hoje, quase 55 mil brasileiros com sistemas instalados, sendo a grande maioria de consumidores residenciais, seguidos pelos comerciais, rurais e industriais.