Glauco Diniz Duarte Diretor – como armazenar energia solar
De acordo com o Dr. Glauco Diniz Duarte, com a recente crise econômica no Brasil, surgiu uma grande necessidade, em todo o cenário empresarial brasileiro, de reduzir custos operacionais. Este é o grande desafio dos gestores financeiros da era atual. É preciso avaliar todos os processos operacionais da empresa e analisar qual é o impacto dos mesmos nas companhias. É necessário pensar em como otimizar os custos com a rotina operacional, identificar e solucionar todos os gargalos operacionais.
Um dos principais gargalos financeiros nas empresas são os custos com energia corporativa. No país, atualmente, todos os segmentos do mercado, desde o industrial ao varejo, sofrem com o aumento crescente nas tarifas de energia elétrica praticada pelas concessionárias de energia. Você já pensou que a sustentabilidade pode ser sua aliada na redução dos custos com energia? Muitas empresas já investem na energia solar fotovoltaica como uma estratégia para reduzir o impacto da energia em seus orçamentos. No Brasil, as projeções são de que o setor cresça até 300% até o fim de 2017.
No entanto, muitas pessoas ainda não entendem o funcionamento desses sistemas, e como seria a aplicação dos mesmos nas empresas nas quais atuam. Você sabia que é possível entregar o excedente de energia produzida às concessionárias de energia e ter esse valor descontado em sua conta? Isso é possível através do armazenamento de energia solar, que será o tema desse blog post. Entenda, neste artigo, como o armazenamento de energia solar pode trazer benefícios financeiros para sua empresa.
Como funciona o sistema de energia solar fotovoltaico?
O funcionamento do sistema de energia solar fotovoltaica é bastante simples: as placas solares, ou células fotovoltaicas, que podem ser instaladas em qualquer área que receba luz solar, desde o telhado até o chão, absorvem as partículas de luz solar, provocando uma descarga elétrica que gera corrente contínua. A conversão da energia solar em energia elétrica é feita pelo inversor: ele é responsável por transformar a corrente contínua gerada pela célula fotovoltaica em corrente alternada (que é o tipo de corrente entregue pelas distribuidoras de energia e usado por nós no dia-a-dia), e distribuí-la na rede elétrica do local. Além disso, o inversor garante a segurança do sistema, e ajusta a tensão da energia conforme a necessidade.
O inversor também é responsável por realizar a “troca” do fornecimento de energia – nos horários em que há baixa geração de energia fotovoltaica, ele libera o abastecimento pela rede elétrica tradicional. Nos horários em que há produção excedente de energia, ele a entrega para a rede da distribuidora, o que é registrado pelo medidor de energia bidirecional. Essa troca é chamada de Sistema de Compensação de Energia. Dessa forma, ao final de cada mês, é possível verificar a quantidade de energia produzida in loco, a quantidade de energia entregue à distribuidora e a quantidade fornecida pela distribuidora. Assim, é possível calcular a economia gerada pela utilização da energia fotovoltaica. Os modelos de medidores são definidos pelas concessionárias de energia elétrica locais.
Um fato interessante é que os custos com a operação, manutenção e realização das medições, são de responsabilidade da distribuidora de energia elétrica, não acarretando custos para sua empresa. No entanto, é indicado instalar um sistema de monitoramento, para que a geração de energia solar possa ser acompanhada em tempo real. Dessa forma, é possível analisar os dados de geração e consumo de energia em tempo real, além de identificar, de forma rápida, possíveis problemas no sistema.
No caso de sistemas como esse, não há desperdício de energia e também não há como armazenar a energia no local de produção. Dessa forma, nos horários em que a energia produzida é maior do que o consumo, o excedente é entregue na rede elétrica da distribuidora, o que é convertido em créditos que podem ser utilizados pela empresa nas próximas faturas. Dessa forma, o retorno do investimento feito é obtido em cerca de 8 a 10 anos. A vida útil das placas solares é de cerca de 25 anos.
Minha empresa não quer ficar dependente das concessionárias de energia. Qual a solução?
Um dos principais desafios da utilização em massa da energia solar são os gargalos de produção em dias nublados e no período da noite. No horário de ponta (das 18h às 21h) o consumo aumenta consideravelmente, o que leva as distribuidoras a cobrar um valor de tarifa mais elevado para reduzir o consumo das indústrias e evitar sobrecarga das redes de transmissão e distribuição. Dependendo da época, é necessário acionar as usinas termelétricas, que são altamente nocivas ao meio ambiente e possuem custo final elevado, que é repassado aos consumidores.
No entanto, já existem soluções no mercado para o armazenamento de energia, que são baterias que fazem a estocagem da energia solar absorvida durante o dia e as conectam à rede elétrica para utilização nos horários de ponta. Elas são importantes para as empresas que não desejam depender do sistema de energia das distribuidoras locais, que opera com muitas oscilações.
Além disso, a Alsol Energias Renováveis, em parceria com a CEMIG, está desenvolvendo soluções com baterias que farão a estocagem da energia absorvida durante o dia e que serão conectadas à rede elétrica para utilização em horários de ponta. Elas receberão ainda um hardware único no mercado, que possibilitará que o mesmo equipamento seja utilizado para liberar a energia solar fotovoltaica na rede, sem necessidade de troca do inversor fotovoltaico por um modelo híbrido, que possui alto custo. Esse hardware ainda poderá ser utilizado em milhares de conexões de energia fotovoltaicas já existentes no Brasil e no mundo. Dessa forma, o sistema se torna mais completo e eficiente.
Sendo assim, é possível obter grande economia com a utilização da energia solar fotovoltaica nas empresas. Os números do setor comprovam que é o melhor caminho a ser seguido. No ano de 2016, a energia renovável representou 43,5% da oferta de energia no Brasil. Os dados são da Resenha Energética, produzida pela Secretaria de Planejamento do Ministério de Minas e Energia. Além disso, as previsões da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) indicam que a geração de energia solar fotovoltaica no Brasil atingirá o patamar de 1000 MW (Megawatts) de capacidade instalada, até o fim de 2017.