GLAUCO DINIZ DUARTE A prática da valorização da responsabilidade social
A compreensão do papel da organização no desenvolvimento da sociedade em que está inserida é parte fundamental da tomada de consciência e da implementação de uma cultura sustentável, em que é possível mensurar e minimizar impactos, assim como contribuir para melhorias das condições de vida. É isso o que defende o nono Fundamento do Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), tornando a organização responsável pelas suas decisões e atividades.
O exercício da cidadania pressupõe apoio ao desenvolvimento social e à compreensão do papel desempenhado por cada organização, priorizando a adoção de padrões de conduta ética e transparente, que promovam a credibilidade institucional junto a todos os públicos.
Alinhadas às diretrizes nacionais e internacionais de sustentabilidade, as ações promovidas pelos Correios, empresa pública federal responsável pela execução do sistema de envio e entrega de correspondências, reforçam os objetivos de torná-los uma organização mais justa, humana, igualitária e socialmente responsável. “Os Correios estão empenhados na implementação das boas práticas de governança corporativa, na valorização das pessoas, na redução das desigualdades e na eliminação de qualquer tipo de discriminação. A empresa está comprometida com a preservação do meio ambiente e trabalhamos para a redução dos impactos ambientais nas nossas unidades corporativas”, explica Maria de Fátima Gomes Pinheiro, gerente corporativa.
Outro exemplo de iniciativa com responsabilidade social é a Cabocla Produções, projeto que resgata a cidadania e a esperança de detentos e ex-detentos da unidade prisional da cidade de Goiás Velho por meio do artesanato. Para Milena Curado, criadora do projeto e vencedora do Troféu Ouro na categoria Microempreendedora Individual (MEI) da etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, ciclo 2014, o compromisso com a sociedade é fruto de um conjunto de ações efetivas que transformam a vida das pessoas. “É fundamental contribuir pela justiça e ética nas relações de trabalho, assim como criar práticas de simbiose com a comunidade onde estamos inseridos”, pontua.
Despertando o sentimento de pertencimento
Estimular o sentimento de pertencimento constitui também em um dos principais desafios para melhorar o desempenho das empresas. Para Maria de Fátima, dos Correios, é preciso investir na criação de ambientes que integrem e estimulem os colaboradores, proporcionando oportunidades de interação e conhecimento sobre a organização na qual trabalham.
“Conseguir envolver os colaboradores da organização e comprometê-los com o papel socioambiental é o novo desafio proposto e fundamental para o sucesso de qualquer estratégia. Para que isso ocorra, é necessário que as organizações tenham consciência em reconhecer e motivar quem é a peça-chave de todo esse processo, ou seja, seus funcionários”, afirma a gerente.
Reflexo na sociedade
Por meio das ações efetivas financeiras, sociais, culturais e ambientais apontadas por Milena, da Cabocla Produções, o papel social desempenhado pelas organizações passará a se refletir na sociedade em que atuam. As relações estabelecidas e a promoção do desenvolvimento local contemplam uma série de mudanças que trazem benefícios para todos.
“A comunidade em que a empresa está inserida fornece-lhe a infraestrutura e o capital social representados por seus empregados e parceiros, contribuindo decisivamente para a viabilização de seus negócios”, lembra, também, Maria de Fátima.
Novos valores
A compreensão do papel de agente de melhorias sociais passa a figurar como estratégia de mercado a partir do momento em que se detectam oportunidades de negócios. Uma vez que, hoje, não são raros os exemplos de investidores que priorizam organizações que visam ao desenvolvimento sustentável e social, a prática torna-se uma tendência irremediável.
“A responsabilidade social não é um modismo e, sim, uma realidade no contexto empresarial, que acarreta alterações gradativas de comportamentos e de valores nas organizações, devendo estar presente nas decisões de seus administradores e balizar seu relacionamento com a sociedade”, finaliza Maria de Fátima.