GLAUCO DINIZ DUARTE O desafio da Excelência Empresarial
É sabido que todas as iniciativas empresariais enfrentam desafios de diversas facetas, que se iniciam no ambiente em que se instalam, caracterizado por uma complexidade crescente, impondo aos gestores a eficaz execução de práticas adequadas, de acordo com a sua proposta de valor e que de fato atendam aos compromissos assumidos junto aos clientes e mercado.
Neste sentido, cabe aos empreendedores, seus parceiros e demais stakeholders envolvidos em sua cadeia de valor, o seu preparo diário, procurando conhecer os efeitos de sua atuação, calibrando as operações de negócio à luz dos feedbacks recebidos e, a partir deste diagnóstico, forjando a sua performance ao adotar ações corretivas e preventivas, com transparência na comunicação, usando as várias mídias e canais pertinentes, pautando-se em uma conduta empresarial ética.
Além destes aspectos, cumpre lembrar que o mundo dinâmico e em constante transformação gera alterações nas expectativas e necessidades das pessoas, dando oportunidade aos líderes empresariais de abraçar em caráter definitivo a instigante busca da melhoria contínua da gestão, que lhes possibilitam aprendizado, base para aprimorar seus processos e inovar, podendo assim concentrar todas as forças da empresa num alinhamento sistêmico, ensejando uma atuação exemplar e a consequente fidelização dos seus clientes.
Os que assim o fizerem, tenderão a ganhar mais e mais credibilidade no mercado, com impactos positivos em sua imagem,viabilizando a longevidade e perenização do negócio.
Tais reflexões nos reportam aos primórdios da Gestão pela Qualidade Total ou TQM – Total Quality Management, quando inspiradas pelos gurus da qualidade, as empresas saíram em busca de modelos de gerenciamento da qualidade e portanto melhores desempenhos nos seus processos, lançando mão das diversas ferramentas gerenciais da qualidade, com vistas a encantar seus clientes, a partir de sua satisfação com os produtos e serviços ofertados.
Dando sequência ao tema, nos cabe apontar uma iniciativa introduzida pela criação, em 1991, pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), com o objetivo de mobilizar as organizações brasileiras para trilharem o caminho da excelência da gestão, com a disseminação do Modelo de Excelência da Gestão (MEG), composto de oito Critérios de Excelência, a saber: Liderança, Estratégias e Planos, Clientes, Sociedade, Informações e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultados. Para tanto, a estratégia adotada foi a criação do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), com o objetivo de reconhecer o desempenho das organizações de todos os portes e ramos de atuação que tem participado como candidatas nos seus ciclos anuais, bem como nos demais prêmios estaduais vinculados.
A estrutura do MEG permite implantar, analisar, avaliar, melhorar e inovar nas práticas inerentes aos treze Fundamentos da Excelência, apresentados no quadro a seguir, que, sendo executadas adequada e permanentemente, permitem às empresas que as adotam, conquistar um novo patamar de desempenho, gerando empregos e riquezas.
Os Treze Fundamentos da Excelência constituem padrões culturais presentes nas empresas de classe mundial identificados em seus processos gerenciais e desempenho:
Pensamento Sistêmico
Atuação em Rede
Aprendizado Organizacional
Inovação
Agilidade
Liderança Transformadora
Olhar para o Futuro
Conhecimento sobre Clientes e Mercados
Responsabilidade Social
Valorização das Pessoas e da Cultura
Decisões Fundamentadas
Orientação por Processos
Geração de Valor
Considerando os modelos de gestão e demais instrumentos utilizados para organizar, estruturar e inserir a empresa numa trajetória de sucesso, cabe salientar alguns pontos fundamentais:
Para começar, é indispensável a presença da liderança, desde a decisão estratégica de buscar o êxito empresarial, sonho de todos os empreendedores, com o estabelecimento de objetivos empresariais, seguindo-se a etapa de sensibilização de todos os envolvidos na atuação da empresa, para que todos sejam mobilizados no esforço incondicional de produzir com qualidade. Segue-se a definição de uma estrutura organizacional compatível com as metas propostas, que criará condições para que as pessoas tenham seu perfil esculpido para executarem com maestria e primor as suas atividades, começando com o líder número um, exemplo a ser seguido, até o nível mais básico da força de trabalho, que muitas vezes é o primeiro elo com o cliente. Por este prisma, de seu desempenho depende o sucesso do negócio, com a devida capacitação, autonomia e delegação, mediante uma relação ganha-ganha, essencial para as verdadeiras parcerias e cumplicidade que criam condições para a realização da missão da empresa.
É, portanto, fator relevante a ser destacado no papel da liderança, a consciência obstinada de que a excelência empresarial é um sonho possível de ser continuamente materializado, com a imprescindível agregação de valor nas suas operações, considerado o combustível para o seu êxito e crescimento.
Um desafio bastante inspirador, que envolve todos aqueles que valorizam a busca da qualidade da gestão, num mercado sempreávido por experiências inesquecíveis na utilização de produtos e serviços, sem dúvida, é a efetivaçãode um posicionamento da sociedade como um todo, em prol da mobilização das organizações de modo que mantenham o foco em práticas congruentes com o modelo de negócio, mas que também atendam as premissas da sustentabilidade, assegurando que as gerações atuais e futuras tenham acesso aos recursos que lhes permitam atingir e manter sua qualidade de vida.