Glauco Diniz Duarte Diretor – Como esta energia solar
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, no final de 2012, a energia solar no Brasil se tornou uma opção para os consumidores que desejam gerar a sua própria energia, através da instalação e utilização dos chamados sistemas fotovoltaicos conectados à rede (On-Grid).
Desde então, a tecnologia não parou mais de crescer no país e se tornou o objeto de desejo dos brasileiros que querem economizar na conta de luz das suas casas ou empresas.
Nos últimos anos, a oferta de incentivos e linhas de financiamento, assim como a queda de preços dos sistemas, acelerou o número de instalações de tal forma que o Brasil já se destaca no cenário internacional.
Neste artigo, você irá conhecer absolutamente tudo sobre a energia solar no Brasil, desde os mais recentes números do setor, últimas previsões e linhas de financiamento, até casos reais de consumidores que já são movidos por energia solar.
Energia Solar no Brasil Vantagens e Desvantagens
Energia Solar Residencial
O benefício da economia com a redução de (possivelmente) quase todo o custo nas contas de energia elétrica é certamente a principal vantagem para todos os consumidores que adquirem um sistema de energia solar no Brasil.
Isso porque, através das regras da geração própria de energia, o consumidor que instala um sistema tem a opção de conectá-lo na rede elétrica da distribuidora local e fazer a troca da energia do sistema pela energia consumida da rede.
Assim, toda a energia consumida em sua casa ou empresa passa a vir, direta ou indiretamente, do seu sistema, reduzindo em até 95% a conta de energia elétrica que você recebe todo mês.
Os sistemas residenciais, hoje em dia, oferecem um retorno financeiro sob seu investimento muitas vezes acima de investimentos comuns na vida do brasileiro, como fundos de renda fixa, tesouro direto e caderneta de poupança.
Com o custo crescente nas tarifas energéticas e a queda no custo da energia solar no Brasil, o investimento para aquisição de um sistema residencial, por exemplo, se paga em média entre 4 a 6 anos.
Por outro lado, a tecnologia garante ao seu proprietário uma economia durante pelo menos 25 anos, tempo de vida útil padrão do painel solar (e que pode durar por mais tempo!).
Uma outra vantagem econômica tangível para o proprietário de um sistema solar fotovoltaico residencial, ou até mesmo comercial, é a imediata valorização do imóvel após a instalação.
Ou seja, a energia solar no Brasil, e no mundo, acaba influenciando na valorização dos imóveis.
Uma vez que o sistema esteja instalado e funcionando, isso representa um valor adicional no imóvel, materializado pelo fato de que qualquer morador ou inquilino, mesmo que seja um locatário, poderá usufruir dos benefícios econômicos do sistema.
Existe uma pesquisa no jornal The New York Times que revela que um sistema residencial médio eleva o valor do imóvel em cerca de US$15.000 nos EUA.
Essa valorização é próxima ou até mesmo superior ao valor de compra do sistema.
No caso, o sistema médio teria potência de 3,6 kWp e, para efeitos de comparação, custaria algo em torno de R$25 mil reais no Brasil.
O perfil clássico do usuário de energia solar no Brasil é o da família de média ou alta renda, com um imóvel de valor considerável e que procura o sistema solar fotovoltaico para economizar em sua conta de energia.
No caso do Marcos Murari, diretor de uma multinacional, e sua família, o que os moveu foi justamente isso.
Localizados em Catanduva, no interior de São Paulo, eles adquiriram um sistema residencial de tamanho médio, cerca de 4,12 kWp, capaz de gerar uma economia mensal de cerca de R$310 reais.
O total do investimento foi cerca de R$33.000,00, pagos na medida com que o negócio foi fechado até a instalação do sistema.
Se levarmos em consideração uma inflação energética média anual de cerca de 7% ao ano, o retorno sob o investimento se daria em um período de 6 anos, com uma taxa interna de retorno, ou seja, o retorno médio ao longo dos 25 anos de vida útil do sistema, de 19,41%.
Como ele cita no vídeo acima, a economia veio exatamente dentro da expectativa e criou possibilidades de outras transformações e benefícios que não haviam sido antecipados.
O próprio envolvimento familiar no processo de aquisição do sistema solar fez com que a família ganhasse mais consciência em relação ao consumo, o que gerou uma economia extra de energia.
No mais, o processo todo também gerou um valor incalculável, que foi a união familiar sobre o assunto da energia solar, colocando os Murari em um seleto grupo de pioneiros e entusiastas dessa nova tecnologia em sua região.
Energia Fotovoltaica no Brasil: Indo além dos Benefícios Econômicos
Existem diversas outras vantagens na aquisição de um sistema solar fotovoltaico conectado à rede além dos benefícios econômicos, as quais irão variar de acordo com o perfil e expectativa do cliente.
Para clientes com perfil mais comercial, por exemplo, o reconhecimento por uma ação de pioneirismo e a possibilidade de ações de marketing verde acerca do sistema solar e seus benefícios ambientais aumentam ainda mais o apelo pela aquisição do sistema, tornando possível não só o retorno tangível como também o intangível.
É amplamente sabido que as fontes de energias renováveis substituem as fósseis e ajudam a combater um dos principais desafios da humanidade atualmente: as mudanças climáticas.
Muitas empresas e organizações carregam essa bandeira entre seus mais importantes valores e demonstram extrema convicção de que a implantação de um sistema solar é um passo importante nesse sentido.
Poder, Segurança e Estabilidade também fazem parte dos benefícios da Energia Fotovoltaica
Uma última, mas não menos importante, vantagem da energia solar no Brasil para os consumidores de energia é o fato de que ela protege contra a inflação do custo da geração elétrica no país, a qual mantém a maioria dos consumidores expostos a aumentos repentinos nas suas respectivas contas.
Devido à má administração do nosso governo no setor elétrico, que demora na adoção de novas tecnologias para a diversificação da matriz elétrica nacional, somado a efeitos climáticos que reduzem a produção elétrica e, ainda, os impactos da pandemia do novo coronavírus sobre o setor, os consumidores brasileiros encaram uma inflação energética que irá se estender por muitos anos.
Em um ambiente tão instável do ponto de vista de planejamento e risco, quem paga pelos aumentos de custo e necessidades de melhorias dos sistemas é o próprio consumidor, que depende da distribuidora de sua região e não tem outra escolha senão consumir daquela fonte, daquela maneira e naquele preço.
A partir da instalação de um sistema de energia solar conectado à rede, o seu proprietário ganha poder de escolha e trava o custo da tarifa de energia, pois a troca entre a energia consumida da rede e a gerada pelo sistema é feita em igualdade de proporções.
Isto é, sempre de 1 kWh por 1 kWh (quilowatt-hora).
Desse modo, ele consegue uma almejada estabilidade e previsibilidade no seu custo com energia elétrica, que será justamente a distribuição mensal do valor investido (ou financiado) no sistema ao longo de sua vida útil, quando este entregar todos os benefícios prometidos.
A Principal Desvantagem da Energia Solar
Talvez não necessariamente uma desvantagem, mas sim uma grande objeção para a compra da tecnologia, seria o fato de que ela se encontra inacessível para algumas camadas da população que não tem conhecimento sobre linhas de financiamento de baixo custo.
É muito comum ouvir que a instalação de sistemas de energia solar fotovoltaica no Brasil é cara, quando ainda não se encontra formas de obtê-la.
Isso ocasiona um certo descontentamento e frustração por parte daqueles que desejam não só economizar bastante dinheiro com a instalação de um sistema, mas também participar desse movimento de empoderamento e revolução energética.
Para todos que acompanham o movimento acerca das fontes renováveis e da energia solar no Brasil, e se encontram nessa situação, é preciso saber comparar e observar o trajeto de novas tecnologias em seus processos de amadurecimento e massificação.
Assim como foi no caso do automóvel, do computador e do telefone móvel, que em seus primórdios também pareciam ser artigos de luxo, hoje já são parte integrante da vida da maioria da população brasileira.
Normalmente, o crescimento de tecnologias com alto potencial de impacto social se dá paulatinamente e de forma gradual, penetrando primeiro algumas camadas da sociedade, que abrem caminho para outras.
Financiamento de Energia Solar no Brasil
Apesar de ser uma realidade desde o fim de 2012, somente nos últimos anos é que a tecnologia fotovoltaica começou a deslanchar no país, acumulando números impressionantes de instalações ano a ano.
Dentre os vários fatores para isso, um que merece destaque é a oferta de linhas de financiamento específicas para a aquisição dos sistemas por bancos públicos e privados.
Com prazos e taxas de juros atrativos, muitos desses financiamentos possibilitam ao consumidor pagar pelo seu sistema com a própria economia de energia que obtém na conta de luz, a qual pode alcançar até 95%.
Em março de 2018, ainda, o Governo federal liberou um aporte inédito de R$3,2 bilhões para a energia solar no Brasil, disponibilizado através dos Fundos Constitucionais de Financiamento e ofertado por instituições financeiras cadastradas.
Dentre as principais e mais atrativas linhas de financiamento para energia solar disponíveis no Brasil, podemos destacar as seguintes:
FNE Sol (Banco do Nordeste)
Linha Sustentabilidade (Banco Santander)
Proger Urbano Empresarial (Banco do Brasil)
Financiamento para Energia Solar (Banco Sicredi)
Financiamento de Energia Solar (Banco da Amazônia)
Agro Pronaf (Banco do Brasil)
FCO (Banco do Brasil)
Finame (BNDES)
Construcard (Caixa Econômica Federal)
O Uso da Energia Solar no Brasil: Como Está Sendo Usada a Energia Solar no Brasil?
Hoje, a energia solar cresce no Brasil através dos projetos de Geração Distribuída (GD) instalados em casas, empresas etc., e na Geração Centralizada (GC) por meio de grandes usinas de energia solar (ou fazendas solares).
Por conta das enormes vantagens que oferece aos consumidores de energia elétrica, principalmente os residenciais, a tecnologia fotovoltaica vem crescendo mais rápido no Brasil dentro da GD.
Como mostram os dados abaixo da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), são mais de 4 GW de solar distribuída contra cerca de 3 GW gerados em grandes usinas no país.
Ao final de 2019, o setor brasileiro de energia solar distribuída registrava um total de 179.049 sistemas fotovoltaicos instalados, com mais de 2,1 GW de capacidade.
Podemos ainda ver o número de conexões e a capacidade instalada filtrados por cada um dos estados, estabelecendo quais deles já estão à frente da tecnologia.
Porém, mais importante que o número absoluto é a clara tendência de um crescimento acelerado evidenciado pelos dados oficiais.
Em 2017, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) utilizou o histórico do segmento para estimar a quantidade de brasileiros beneficiados pela energia solar em três modalidades de unidades consumidoras: residencial, comercial e outros (rural, industrial, iluminação pública, serviço público).
No entanto, o crescimento se mostrou mais forte que a projeção e, até 08/12/2020, o mercado acumulava 428.568 mil unidades atendidas pela energia solar no Brasil.
Para 2024, a projeção é de 886.723 unidades, o que ainda representaria apenas 1,05% do total atual de mais de 84 milhões de consumidores de energia no Brasil.
Assim como temos hoje, a maioria dos sistemas estarão instalados em residências, cerca de 91% do total nacional contra somente 9% de sistemas comerciais, em números absolutos.
Uma curiosidade sobre a energia solar é que, se levarmos em consideração a potência instalada em vez do número de sistemas, o cenário passa a ser diferente.
Os dados acima mostram a separação por classe de consumo da quantidade e capacidade instalada dos sistemas fotovoltaicos conectados no Brasil até o final de 2019.
Como podemos ver, embora o segmento registre um número 3x maior de sistemas residenciais, a maior capacidade instalada fica com os sistemas comerciais.
A razão está no tamanho desses projetos, muito maiores que os residenciais devido ao consumo elétrico mais elevado das empresas que precisam atender.
Outra estimativa sobre o crescimento da GD no Brasil pode ser encontrada no Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica (PDE), estudo anual realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME).
Em sua mais recente edição, divulgada em setembro de 2020, o PDE traça dois cenários distintos para a expansão da capacidade de GD no Brasil até 2030.
No chamado cenário Verão, onde as regras atuais da Aneel não sofrem alterações, o estudo estima um total de 24,5 GW de GD no Brasil, com 93% dessa capacidade gerada por painéis solares.
No caso de alteração nas regras de compensação de energia elétrica, o PDE estima o chamado cenário Primavera, com 16,8 GW de GD até 2030.
Em número de consumidores, o estudo aponta um total de 3 milhões e 2 milhões para os cenários Verão e Primavera, respectivamente.
Desde 2014, o setor de energia solar no Brasil, como um todo, tem mantido um passo de crescimento acima de 300% ao ano.
A tecnologia partiu de algumas dezenas de sistemas fotovoltaicos instalados em 2013 para centenas de milhares até agora.
Isso abre enormes possibilidades para a geração de emprego e renda, com a criação de novas empresas e negócios que sustentam esse crescimento contínuo.
Sistemas de Energia Solar Residencial x Sistemas de Energia Solar Comercial
Como já vimos aqui neste artigo, os sistemas de energia solar instalados no Brasil dividem-se entre os telhados de residências, comércios, agronegócios e demais estabelecimentos de consumidores que buscam economia na conta de luz.
A maioria dos novos proprietários de sistemas de energia solar são os consumidores de energia residencial, que normalmente são também os que pagam mais caro pela energia elétrica.
Tamanho médio dos Sistemas Fotovoltaicos Residenciais no Brasil
Hoje, cerca de 73% de todos os sistemas fotovoltaicos brasileiros instalados no Brasil são do tipo residencial.
E, como cada um deles atende uma demanda de consumo diferente, os seus tamanhos e potências diferem entre si em cada situação.
Tamanho médio dos Sistemas Fotovoltaicos Comerciais no Brasil
No que diz respeito aos sistemas comerciais, estes representam 17% do total instalado no país, em um agregado de diferentes tipos de aplicação e distribuídos em inúmeros segmentos e tipos de consumidores diferentes.
Podemos observar que o tamanho médio dos sistemas é muito acima dos residenciais, o que faz com que exista mais oportunidade de ganho para o empreendedor solar, mesmo que o número absoluto de oportunidades seja menor.
Já em termos de potência instalada, a distribuição da energia solar entre residencial e comercial não apresenta tanta diferença.
Os números acima, coletados do banco de dados da Aneel em 08/12/2020, mostram a distribuição atual da geração distribuída de energia solar no Brasil.
Veja que, mesmo em quantidade bem menor, os sistemas comerciais somam uma potência instalada total maior que a de projetos residenciais, embora próxima.
A energia solar rural, que nos últimos anos cresceu com a ajuda de linhas de financiamento subsidiadas, hoje é o terceiro maior segmento no país, tanto em número de sistemas como em capacidade instalada.
Completando o ranking da fotovoltaica no Brasil, temos a energia solar industrial em quarto lugar, seguida pelos sistemas instalados em prédio de poder público, serviços públicos e iluminação pública.
Energia Solar para Empresas: Um Exemplo com Sustentabilidade em Foco
Na empresa Integrativa, em Catanduva, a sustentabilidade está inserida como valor a ser seguido.
Assim, na hora de construir a nova sede, seus sócios buscaram inserir diversos elementos que geram economia e preservação ao meio ambiente.
O sistema de energia solar, como colocado pelo sócio Luciano Pereira, foi a cereja no bolo.
Os sócios pensam não só na economia a longo prazo, mas também na possibilidade de utilizar a energia elétrica solar para abastecer uma futura frota de veículos elétricos.
Eles também utilizaram essa ação como possibilidade de diferencial e reconhecimento para os colaboradores e clientes.
O investimento total feito nesse sistema fotovoltaico comercial foi de cerca de R$185.000,00, com potência de 33 kWp e geração média mensal de 3.748 kWh.
No caso, se a tarifa energética do cliente for de cerca de R$0,70 o kWh e levarmos em conta uma inflação energética média de 7% ao ano, o payback (tempo até o investimento voltar) desse sistema ficaria em 4 anos com uma taxa interna de retorno de cerca de 29%.
Embora o potencial para a geração de energia solar fotovoltaica seja grande em quase todo o território brasileiro, a expansão da tecnologia não se dá na mesma proporção, com alguns estados se destacando mais que outros.
Veja, abaixo, o ranking dos três estados onde os sistemas fotovoltaicos mais ganham espaço entre os telhados dos consumidores:
No entanto, quando mudamos o foco do número de sistemas para a potência instalada, o ranking apresenta uma alteração.
Isso é facilmente explicado pelo fato do estado do sul apresentar um número maior de instalações comerciais e industriais do que SP, sistemas de maior tamanho que os residenciais e que somam maior potência acumulada.
