Glauco Diniz Duarte Diretor – porque a economia de energia é importante
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a quarentena, medida necessária e imprescindível para tentar conter o avanço da pandemia de Coronavírus, traz muitos impactos para a vida de toda a sociedade e o aumento da conta de luz não precisa ser mais uma preocupação.
“É muito importante, nesse momento em que passamos o maior tempo em casa, ter mais consciência sobre nosso consumo de energia. Medidas simples podem ter um impacto relevante no final do mês”, é o que afirma o Professor do Campus Juiz de Fora Filipe La Gatta. Além de Coordenador do Curso Técnico de Eletrônica, La Gatta coordena também a CICE (Comissão Interna de Conservação de Energia).
Recentemente, o Campus Juiz de Fora foi contemplado com projeto de eficiência energética da Cemig. A Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE) coordenou a participação do IF Sudeste MG no edital. Uma das ações da CICE consiste na conscientização da comunidade do Instituto sobre a importância de usar a energia elétrica de forma mais sustentável.
O Professor dá uma série de dicas para evitar que o consumo de energia elétrica aumente muito:
Lâmpadas: O recomendado é sempre usar as do tipo led, muito mais eficientes. E, mesmo tendo o menor consumo de todas, é importante alguns cuidados com relação ao uso. Quanto menos usar, menor será a fatura. E para economizar, a regra é simples: durante o dia, devemos aproveitar a iluminação natural. Deixe, sempre que possível, janelas, cortinas e portas abertas. Além de iluminar melhor o ambiente, um local arejado traz menor risco de contaminação.
Computador: A regra de ouro é só ligar quando for usar. Devemos evitar o stand by. Muitos computadores têm sistema de suspensão e de redução de consumo (o monitor é desligado após certo tempo sem uso). É importante usar os recursos de economia de energia. E só ligar quando for usar. Deixar computador ligado esperando uso, é desperdício de energia!
Geladeira: Este eletrodoméstico é muito semelhante às caixas de isopor. Quanto mais tempo fechada ela ficar, menos calor entra nela, e menos ela gasta para esfriar o ar. Claro que, com mais gente ficando em casa, o número maior de aberturas de geladeira é inevitável. Mas não precisa ser excessivo. Pequenas cordialidades podem auxiliar. Quando for beber água gelada, por exemplo, ofereça a quem estiver em isolamento com você. Além de melhorar a convivência dentro de casa, vai resultar em menos aberturas de porta. E nunca use a geladeira como rede social, que você abre só pra ver o que tem. Se possível, faça um mapa mental de onde estão as coisas, e, ao abrir, seja cirúrgico: pegue o que precisa e feche a porta.
Chuveiro elétrico: É um dos grandes vilões da conta de energia. Um banho confortável custa caro. É preciso muita energia para aquecer a água. Portanto, enquanto ainda não entramos no inverno, vale usar o chuveiro na posição verão ou intermediária, podendo resultar em 50% de economia. E, claro, aquelas dicas básicas de economia não só de energia, mas de água também: um bom banho não deve levar mais de 5, 6 minutos. E quando for se ensaboar, não custa nada desligar o chuveiro, não é? Vale o mesmo para escovar os dentes. Apesar de não consumir energia, usa água, e a consciência de consumo eficiente não deve se restringir somente à energia elétrica.
Outros aparelhos (ar condicionado, secador de cabelo, carregador de célula, entre outros): Nossos pequenos confortos modernos podem ser também grandes vilões da conta de energia. A luzinha do stand by indica que o aparelho está pronto para ser ligado (TV, microondas, forno, fogão, estabilizador do computador, receptor de antena parabólica, etc). Este recurso é usado para que ligar o equipamento seja algo a apenas um clique no controle remoto, evitando que você tenha que se levantar para conectar a tomada. Entretanto, enquanto esta luzinha está acesa, boa parte do equipamento está energizada, e, portanto, consumindo energia. Imagine uma luzinha dessas, um led, mais o consumo interno do aparelho.
Caso ele consuma 2W de energia em uma hora, o que é um valor baixo, ao final de um mês, ele terá consumido sozinho quase 1,3kWh. Se o kWh estiver custando R$1,00, terá sido R$1,30 por mês, só pela luzinha acesa. Agora imagine (e isso não é exagero), que na sua casa tenha em torno de 8 equipamentos em stand by neste momento. Chegamos em quase R$10,40 por mês só para as luzinhas do stand by. E a mesma lógica funciona para o carregador de celular, notebook, tablet, escova elétrica ou qualquer outro equipamento.
Enquanto o seu carregador estiver conectado na rede elétrica, ele está consumindo energia. Então, só ligue na tomada o que você realmente for usar. Quanto aos ventiladores e condicionadores de ar, a dica para uso da iluminação natural ajuda. Quanto mais janelas abertas, mais iluminação natural e melhor circulação do ar, o que leva também à refrigeração do ambiente. No caso específico do ar condicionado, há diversas funções, por exemplo o timer, para que ele desligue sozinho após certo tempo, o ajuste adequado da temperatura (não faz sentido ficar frio para usar blusa dentro de casa, o ar condicionado deve servir só para amenizar o calor, e não para criar uma câmara fria).
Consumo consciente
O consumo consciente tem sido uma nova vertente do pensamento de nossa sociedade e uma preocupação constante do IF Sudeste MG. Economizar energia tem impactos positivos tanto individual quanto globalmente. Quando um indivíduo ou uma família tem um consumo mais eficiente, menor será o desperdício de energia, e menor o gasto financeiro, o que deve ser buscado num momento em que uma crise econômica se anuncia.
A nível global, quando consumimos de forma eficiente, sem desperdício, evitamos sobrecarregar todo o sistema elétrico, e com isso, menos investimentos têm que ser feitos nesse sistema, permitindo reduções de preço de tarifas (tanto as tarifas mensais, quanto as bandeiras vermelha, amarela, etc. Essas bandeiras são acionadas não quando tem pouca água, mas quando a previsão de consumo de energia supõe que a geração não vai ser suficiente para atender a todos os consumidores).
Além disso, o consumo eficiente preserva o uso intensivo de recursos naturais, evitando-se grande degradação ambiental para a produção de energia (no sistema elétrico brasileiro, quando o consumo é pequeno, somente usamos hidroelétricas, e não ligamos as termelétricas, sendo estas últimas movidas a derivados de petróleo e outros combustíveis fósseis, portanto, maiores poluidoras que as primeiras).