Glauco Diniz Duarte Diretor – sao paulo energia solar
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a energia solar é mais econômica e sustentável, por isso seu crescimento é tão pronunciado atualmente, sendo alvo de investimentos empresariais, pessoais e governamentais. A geração de energia a partir de raios solares vem ganhando cada vez mais espaço no cenário mundial e o nosso país é privilegiado nesse aspecto, já que temos uma intensidade constante dessa iluminação que pode ser convertida em energia elétrica.
Com este tipo de tecnologia, podemos economizar nos gastos com a conta de luz, podendo até não pagar nenhum centavo com eletricidade por décadas. Mas nem tudo são flores nessa vida, é necessário alto investimento para adquirir os equipamentos necessários para essa finalidade. Sabendo disso, listamos aqui 5 informações essenciais que você precisa saber sobre esse tipo de geração de energia.
Como funciona?
Como todo processo de geração de energia elétrica, existe uma conversão de diferentes tipos de energia para termos eletricidade. Nesse caso, a energia proveniente do sol, a energia eletromagnética, é convertida em energia elétrica, que por sua vez é utilizada para inúmeras aplicabilidades cotidianas, como por exemplo, carregar a bateria do nosso celular que tanto usamos diariamente. Esse processo citado corresponde ao tipo mais comum de energia solar, a fotovoltaica.
Nesse sistema, células fotovoltaicas absorvem os raios luminosos por meio de painéis solares instalados em telhados, por exemplo, e por meio de um inversor solar, a energia é convertida, podendo assim ser consumida pelas residências ou estabelecimentos comerciais. O Brasil é um país com ótimas condições para a geração desse tipo de energia. Quanto maior a intensidade luminosa, maior será a produção energética, e sabemos que aqui o que não falta é aquele solzinho, não é mesmo?
Crescimento
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a energia solar representa 1,2% da matriz elétrica brasileira e teve crescimento recorde em 2018, com alta perspectiva de crescer neste ano de 2019. Este crescimento, se dá principalmente pela crise energética que o país enfrentou nos últimos anos por conta dos períodos de seca, já que as hidrelétricas representam 61% da matriz energética do país.
Somado a isso, existem outros fatores para uma maior procura por esse tipo de geração de energia no país, que são eles:
Aumento da conta de luz;
Os avanços da tecnologia fotovoltaica;
Maior facilidade de financiamento para compra dos painéis solares;
Redução nos custos dos equipamentos fotovoltaicos;
Aumento de incentivos para a instalação dos painéis solares.
Porém, recentemente a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) quer reduzir subsídios para os consumidores que produzem sua própria energia, que ocorre hoje em dia principalmente por meio de painéis solares, com a justificativa que os custos por esses incentivos acabam sendo pagos por outros consumidores. Para mais dados sobre o panorama da energia solar no Brasil, deixo como sugestão um infográfico produzido pela Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (ABSOLAR):
Energia Renovável
Uma das principais vantagens na utilização da energia solar como fonte energética é questão ambiental. As radiações solares são consideradas fontes renováveis de energia, ou seja, são fontes não esgotáveis de recursos naturais e que podem ser utilizadas na geração de eletricidade, causando mínimos impactos ambientais.
Hoje em dia, bastante se fala em aquecimento global, existindo diversas conferências sobre o clima que são realizadas com o objetivo de reduzir a emissão de gases estufas que potencializam o aquecimento do planeta. Uma alternativa a essa problemática, é justamente a energia solar, uma vez que nela não ocorre emissão de CO2, gás este apontado como principal causador das mudanças climáticas. Por esta razão, a geração de energia pelo sol é considerada “limpa”, sendo uma grande vantagem sobre os outros tipos de geração de energia como as termelétricas, que emitem elevadas concentrações de gás carbônico na atmosfera.
Sistema de compensação
Se um painel solar produzir energia em uma quantidade maior que o meu consumo, o que acontece? Essa é uma das principais dúvidas que existem quanto a essa tecnologia, já que a energia solar tem uma alta taxa de produção energética e nem sempre consumimos toda a energia gerada mensalmente. Por isso, ANEEL criou resoluções que estabelecem normas para a geração desse tipo de energia. Segundo a ANEEL, o sistema de compensação de energia elétrica corresponde ao empréstimo gratuito do excedente de energia produzida à distribuidora local e posterior compensação com o consumo de energia elétrica dessa mesma unidade consumidora.
Esse processo funciona como se fosse um sistema de crédito, só que nesse caso envolve energia elétrica excedente que pode ser descontada em uma fatura de energia de meses seguintes da mesma distribuidora que foi fornecida o excedente. Atrelado a esse sistema, existe também a Geração Distribuída (GD), que é definida como a geração de energia elétrica próxima ao local de consumo ou no próprio estabelecimento consumidor.
Na GD, a fonte de energia elétrica, que nesse caso são as células fotovoltaicas, é conectada diretamente na rede de distribuição ou local de consumo e é a partir desse processo, que é possível realizar o sistema de compensação de energia por meio do excedente produzido.
Vale a pena investir?
Com essa tendência mundial em gerar energia a partir de raios luminosos, é de se esperar que esta área receba altos investimentos. Um estudo realizado pela consultoria americana Bloomberg New Energy Finance estima um investimento de até 97 bilhões de dólares até 2040 no nosso país, principalmente por conta dos aspectos climáticos do Brasil, possuindo um clima tropical com altas incidências de raios solares anualmente.
Como mostra o estudo, o investimento é bastante alto e esta é a principal desvantagem em se investir nesse ramo, além de que os custos de manutenção dos equipamentos fotovoltaicos também são elevados.
Entretanto, existe uma alta expectativa de retorno rápido do valor investido. A forma mais comum dos pequenos investidores em se beneficiar desse mercado é por meio da instalação de painéis solares nos telhados residenciais, a chamada geração própria de energia. Nessa situação de uma unidade residencial, o retorno se dá em média com 9 anos para uma durabilidade dos equipamentos fotovoltaicos de 30 anos. Segundo uma pesquisa realizada, o preço médio para uma residência com 5 pessoas é em torno de 17.500 R$ e este preço já inclui: a instalação, projeto, homologação e o equipamento.