Glauco Diniz Duarte Diretor – porque se llama energía fotovoltaica
De acordo com o Dr. Glauco Diniz Duarte, essa tecnologia é bem antiga. As primeiras células solares fotovoltaicas eram usadas em satélites, uma excelente maneira de gerar energia elétrica lá no espaço. Confira abaixo a cronologia envolvendo este tipo de energia.
1990 – sistemas autônomos
Na década de 1990, a tecnologia barateou e viabilizou sua aplicação em casas isoladas, em postes de iluminação de estradas e sistemas de bombeamento de água. Em regiões onde a energia elétrica não chega, é mais barato instalar um sistema autônomo de energia solar fotovoltaica do que levar a rede de distribuição até lá. São os chamados sistemas autônomos: uma placa fotovoltaica, um regulador de carga e uma bateria. A bateria permite o uso da energia em horários que não tem sol. Estamos falando de sistemas pequenos, para uma lâmpada, uma TV e uma geladeira, por exemplo.
No final da década de 1990, com a queda do custo das placas fotovoltaicas, os sistemas conectados à rede foram incentivados no Japão, pelo programa ”PV Roofs”, e depois por programas semelhantes na Alemanha e Estados Unidos, seguidos pela Espanha, Holanda, Suíça e Austrália. Em 1999, dos 200MWp instalados, 60MWp eram de pequenos sistemas fotovoltaicos conectados à rede. Sistemas conectados à rede dispensam a bateria e jogam a energia direto na rede elétrica, então, ora você está tirando energia da rede, ora você está jogando energia nela.
2000 – avanços na tecnologia
Enquanto isso, no Brasil, algumas instituições como a USP, COPPE, CHESF, entre outras já testavam pequenos sistemas conectados à rede, de até 6,2kWp. Até então, a tecnologia estava pronta, só faltava baratear um pouco e ter uma regulação para que fosse possível jogar oficialmente energia elétrica na rede da concessionária e ter, de fato, um desconto na conta.
2012 – sistemas conectados à rede, geração distribuída e créditos de energia
Finalmente, em 2012, veio a Resolução REN 482/12 da ANEEL, conhecida como “lei de incentivo à energia solar”, que estabeleceu as regras para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica e de compensação (net metering) conhecido como “créditos de energia”. É esta resolução que regula a troca de energia com a rede elétrica, ou seja, foi a partir daí que se tornou possível gerar energia no telhado, jogar na rede da concessionária e ter um bom desconto na conta!
A criação desta Resolução permitiu ao proprietário de um gerador de fonte renovável com uma potência de até 5 MW injetar na rede a energia que não fosse consumida no momento da geração, recebendo créditos (em kWh) na conta de luz. O consumidor, assim, paga, a cada mês, somente o valor da diferença entre a energia consumida da rede pública e a que foi gerada por ele.
2015/2016 – crise hídrica e a importância da eficiência energética
No ano de 2015, o Brasil passou por uma forte crise hídrica e isso refletiu no aumento das tarifas de energia. Mas, qual a relação entre crise hídrica e energia?
Temos abundância de rios e nossa matriz energética é prioritariamente hidrelétrica. Por isso, há alguns anos, o brasileiro tendia a pensar com tranquilidade sobre a questão hidroenergética. Mas, nossa falta de ação em relação aos impactos das mudanças climáticas nos levou à situação atual. Tarifas vermelhas nível 3 e possibilidade de surgimento dos níveis 4 e 5. Termoelétricas sendo ativadas e gerando energia mais suja e cara.
A equação não é de fácil resolução. Precisamos nos desenvolver economicamente e, geralmente, este crescimento está ligado ao aumento do consumo energético. Não conseguimos aumentar a produção energética a níveis capazes de acompanhar tal demanda e, por outro lado, os impactos negativos das mudanças climáticas tornam ainda mais complicada a situação.
E como podemos trabalhar para reverter esse processo?
A primeira ação a ser tomada para resolver essa equação chama-se eficiência energética! Ela permite que, com a mesma quantidade de energia, seja possível produzir mais ou manter os mesmos níveis de produção ou conforto reduzindo o consumo. A segunda ação é inevitável e indiscutível: temos que limpar nossa matriz buscando fontes mais estáveis e renováveis como a solar e a eólica.