GLAUCO DINIZ DUARTE 11 milhões de pessoas agora possuem empregos em energia renovável no Mundo
Onze milhões de pessoas em todo o mundo foram empregadas pelo setor de energia renovável em 2018, segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) relata em sua última análise (Renewable Energy and Jobs – Annual Review 2019).
Isso representa um aumento de 700.000 postos de trabalho a partir de 2017, crescendo quase 7% em apenas um ano. O maior crescimento veio de países como Malásia, Tailândia e Vietnã, espalhando o setor renovável para além dos mercados primários da China, Brasil, EUA, Índia e UE, mantendo a participação de 60% da Ásia em empregos renováveis globalmente.
A tendência deve inspirar confiança em renováveis por outros países, à medida que as tecnologias melhoram e os custos diminuem.
“A perspectiva de criação de empregos reforça a Agenda Global de Desenvolvimento Sustentável”, diz o diretor-geral da IRENA, Francesco La Camera, “e deve incentivar todos os países a assumir compromissos ousados em relação à energia renovável”.
“Cada vez mais, os países prevêem uma indústria doméstica de energia renovável tomando o lugar de indústrias insustentáveis baseadas em fósseis.”
“As energias renováveis cumprem todos os pilares principais do desenvolvimento sustentável – ambiental, econômico e social”, diz La Camera. “À medida que a transformação global de energia ganha força, esta dimensão do emprego reforça o aspecto social do desenvolvimento sustentável …”
As tecnologias de energia renovável proporcionam emprego ao longo de toda a cadeia de fornecimento, incluindo fabricação, comércio e instalação.
Painéis solares fotovoltaicos geram um terço do emprego em fontes renováveis, impulsionando grande parte do crescimento, seguido por biocombustíveis líquidos, energia hidrelétrica e energia eólica. As energias renováveis fora da rede também ajudaram a criar empregos em comunidades anteriormente isoladas na África e na Ásia.
A maioria das atividades da indústria eólica ainda está em terra, dominada pela China e seguida pela Alemanha e a energia eólica Offshore dos EUA oferece mais oportunidades, e poderia tirar proveito da expertise e infraestrutura existentes na indústria de petróleo e gás offshore.
Os biocombustíveis tiveram crescimento de 6%, gerando empregos de até 2,1 milhões, enquanto a energia hidrelétrica – com a maior capacidade instalada em renováveis - está crescendo lentamente.
Enquanto os empregos cresceram na Índia, Sudeste Asiático e Brasil, eles diminuíram nos EUA, no Japão e na UE.
“À medida que as indústrias de energia renovável se tornam mais maduras, ganham economias de escala, navegam por curvas de aprendizado e se voltam mais para processos automatizados, menos pessoas serão necessárias para uma determinada tarefa”, afirma o relatório.
Aponta para a importância das políticas governamentais para proteger o emprego e a qualidade do emprego à medida que o setor de energia renovável cresce, beneficiando a indústria.
“Um emprego bem remunerado que requer habilidades bem desenvolvidas e é realizado em um local de trabalho seguro e recompensador é um multiplicador maior de benefícios socioeconômicos do que aquele que paga pouco, traz poucos benefícios ou é temporário”.
Empregos em Energia Solar no Brasil
Até o final de 2018, a microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica já gerou mais de 20 mil empregos no País, espalhados por todo o território nacional, de acordo com mapeamento da ABSOLAR. A estimativa para 2019 é de que, dado o intenso interesse da sociedade na tecnologia, o segmento adicione mais de 15 mil postos de trabalho.
Segundo estudo da ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica -, caso as regras vigentes para a geração distribuída sejam mantidas, conforme a Resolução Normativa nº 482, da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica -, que permite aos consumidores gerar e consumir a sua própria eletricidade a partir de fontes renováveis, o Brasil poderá ter um incremento de mais de 672 mil novos empregos nos segmentos de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica até 2035.
As oportunidades de emprego são uma consideração importante no planejamento do crescimento econômico de baixo carbono. Muitos governos priorizaram o desenvolvimento de energias renováveis, em primeiro lugar para reduzir as emissões e cumprir as metas climáticas internacionais, mas também em busca de benefícios socioeconômicos mais amplos.