Vivemos em um mundo em que há novas incertezas surgindo a cada instante. Este ambiente empresarial instável também é chamado de VUCA, em inglês, ou VICA, em português. Esta sigla, originada do vocabulário militar, significa volatilidade (volatility), incerteza (uncertainty), complexidade (complexity) e ambiguidade (ambiguity) das condições e situações gerais. Saber como tratar e como lidar com esse mundo complexo é essencial para qualquer organização. Vai além da atribuição do problema para uma área especializada.
É disso que trata a Gestão de Risco. Não é uma competência adquirida espontaneamente. É necessário, em empresas que buscam a excelência, incorporar a Gestão de Risco nos processos decisórios, no desenvolvimento de produtos, nos sistemas e processos de cadeia de valor e em qualquer iniciativa de mudança.
O que é risco?
Mas afinal, qual é o conceito de risco para o ambiente organizacional? Diversas são as definições. As mais tradicionais apontam o risco como a possibilidade de um evento causar perdas humanas ou materiais ou a combinação da probabilidade de um evento ocorrer com a consequência material desse evento.
As definições acima são usadas pela maioria das pessoas, porém, chama-nos a atenção, pois são sempre negativas. No entanto, o risco não é, necessariamente, um evento negativo. O risco também pode representar uma oportunidade para as organizações.
De acordo com os padrões internacionais sobre o tema, risco é o efeito da incerteza sobre os objetivos de uma organização. Sendo assim, a essência da Gestão de Risco é apoiar a organização a conviver com a incerteza e não, necessariamente, eliminá-la, até porque o efeito, como dito anteriormente, pode ser positivo.
Gestão de risco e o MEG
Para a FNQ, risco é o efeito (positivo ou negativo) da incerteza nos processos, sistemas e decisões, causando variações (esperadas ou inesperadas) em seu desempenho frente aos objetivos das partes interessadas em relação àquela organização. Desta forma, nós acreditamos que o risco também deve ser visto como oportunidade.
Qualquer organização deseja criar valor para suas partes interessadas, sejam clientes, investidores ou outras. Essa expectativa de valor está relacionada a incertezas de várias origens distintas, por isso, torna-se impossível pensar em valor sem mencionar a faixa de variação esperada dessa projeção. O risco está nessa variação. Por isso, toda e qualquer decisão tomada deve provocar uma reavaliação de valor a ser criado e o risco atrelado.
Por tudo isso, uma das novidades da 21ª Edição do Modelo de Excelência da Gestão (MEG). A Gestão de Risco é um dos processos-chave do MEG e está presente no Fundamento Liderança. De acordo com o modelo de gestão da FNQ, a gestão de riscos pode compreender:
Promoção da cultura de riscos
Classificação dos riscos
Integração dos riscos
Priorização dos riscos
Tratamento dos riscos priorizados
Comunicação dos riscos para as partes interessadas pertinentes
Monitoramento dos riscos
De acordo com o MEG, processo de Gestão de Risco deve apoiar todas as etapas de efetivação do PDCL (Plan, Do, Check, Learn) dos processos de uma organização. Por isso, essa gestão deve ser integrada com a governança e os sistemas de qualidade da organização.