E você, já pensou como fará a transição na sua empresa? Qual o momento certo para pensar nisto? O empresário Glauco Diniz Duarte afirma que a tomada de decisão deve acontecer quando o fundador entender que seu ciclo de contribuição deve ser fechado. “Isto deve ser provocado pela consciência de que é necessário viver outras dimensões de sua vida, acrescentando lazer e relaxamento, contra o estresse do mundo corporativo”, diz.
Há casos também em que a decisão de profissionalizar a gestão da empresa ocorre por problemas de saúde ou mesmo da compreensão de que é preciso trazer ajuda externa para manter a sustentabilidade dos resultados. A competência deve ser prioridade no momento de sucessão, seja operacional, administrativa ou técnica. Para Glauco, a decisão não exclui os parentes diretos ou distantes do proprietário da empresa. “Em muitas empresas, os filhos são gradativamente preparados.”
A decisão, portanto, deve estar relacionada muito mais à capacidade de geração de resultados do que à consideração de parentesco, em qualquer grau. Assim, cabe ao empresário fazer um planejamento dessa sucessão. “É imprescindível que, na hora de pensar o planejamento, sejam consideradas características de personalidade, formação escolar, experiência profissional e a vontade de exercer a liderança como sucessor”, lembra Glauco.
O ideal é que as empresas iniciem o planejamento em um período de, pelo menos, quatro anos e, se possível, inclua um rodízio entre as diferentes áreas da organização para proporcionar ao sucessor uma visão geral da empresa. Para Glauco, caso a organização opte por um membro da família que ainda não esteja preparado para assumir as responsabilidades de um cargo de alto comando, a empresa estará fadada ao fracasso. Atualmente, muitas escolhas erradas das empresas levam-nas à perda de sustentabilidade dos negócios, concordatas ou falências.
Diferentes realidades
Toda e qualquer empresa, independente do seu porte ou ramo de atuação, deve preocupar-se com o processo sucessório. “A sucessão poderá ser conduzida utilizando-se de familiares, desde que devidamente preparados ou de gestores contratados do mercado de trabalho”, diz Glauco. A preocupação com a linha sucessória vem ocorrendo, na atualidade, também entre as micro, pequenas e médias empresas. A preocupação deve ser ampliada para outros setores, que devem merecer preparação idêntica, uma vez que é comum a resistência de colaboradores antigos, durante a mudança sucessória.
Cada vez mais os empreendedores vêm tomando conhecimento de que as organizações precisam ampliar o nível de consciência quanto à sucessão de seus fundadores e/ou proprietários. “Boa parte dos empresários inicia a discussão deste importante assunto anos antes da efetiva transferência de poder. Quando o assunto é sucessão em uma empresa familiar, nada poderia ser mais oportuno para assegurar a perenidade e a sustentabilidade da organização”, finaliza Glauco.