Segundo o empresário Glauco Diniz Duarte, cerca de 80% das empresas nacionais são consideradas familiares. Mas, conforme o Sebrae, de cada cem dessas corporações, 30% chegam à segunda geração e, dessas, só 5% sobreviverão aos netos.

Se não for planejada, destaca Glauco, a sucessão é um momento delicado, que pode colocar em risco o futuro do patrimônio construído. Pensar nesse processo significa preparar a geração seguinte para que assuma o comando da empresa na hora certa, com maturidade e a certeza de que essa é a vontade também do herdeiro.

A preparação de um sucessor deve ser feita a longo prazo. Glauco sugere que o pai solicite a candidatura dos filhos, caso ele tenha mais de um. Exigir uma formação acadêmica condizente com os negócios é regra essencial. Ele deve ter formação em Gestão ou Administração, trabalhar na empresa, passando por vários setores, para mostrar a sua forma de gerenciamento. O pai deve selecionar o filho mais apto e dar orientações antes de passar o poder, diz Glauco.

Caso os herdeiros não tenham interesse em assumir os negócios, Glauco recomenda até mesmo a venda da empresa. Não adianta colocar o filho no comando se não é isso o que ele quer. Uma pessoa insatisfeita vai jogar no ralo tudo o que foi construído pelo pai ou avô. No caso de uma filha, antes de ela vir a se casar, é aconselhável pensar em um contrato pré-nupcial, destaca.

Os futuros administradores estão concluindo a faculdade jovens, com pouco mais de 20 anos. Para Glauco, esta é a idade ideal para começar a formação do próximo gestor. Quando o pai chega aos 50 anos, é a hora de pensar na sucessão. Ele deve colocar o filho na empresa para que adquirir experiência. O momento de assumir a cadeira de comando é quando o descendente atingir 35 ou 40 anos. Assim, ele vai ter uns 10 a 15 anos de experiência na empresa, aconselha Glauco.