De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a concretização dos próprios sonhos através da figura do filho é algo comum, em especial quando se trata da sucessão em uma empresa familiar. Quando o desejo de administrar o negócio está presente em ambos os lados do processo, nada mais saudável. Mas quando a vontade de passá-lo para a próxima geração existe apenas por parte de quem busca um sucessor, é preciso estar atento a alguns detalhes que podem comprometer a gestão e o crescimento do empreendimento.

Segundo Glauco, a vontade de realizar a sucessão não pode se sobrepor à aptidão do herdeiro para assumir o comando da empresa que carrega o nome da família, pois esse é um erro que pode levar o negócio, em pleno crescimento, à falência. Assumir a responsabilidade pela gestão de um empreendimento não é uma tarefa fácil e exige, antes de tudo, disposição por parte do herdeiro, algo que deve surgir de forma natural.
Em muitas situações, os pais influenciam e os filhos se deixam influenciar sem que haja uma percepção clara a respeito desse processo. No início, diante do novo, o herdeiro pode até se sentir empolgado e se dedicar diante das inúmeras responsabilidades. Mas a empolgação não dura muito tempo e é aí que surgem os problemas.

Segundo Glauco, nessas horas os pais pensam que os filhos estão trocando o certo pelo incerto, sem notar que o futuro dos negócios depende, em grande parte, da aptidão do gestor.

Diante do impasse a respeito da falta de aptidão e de desejo do herdeiro para assumir o cargo, a família deve pensar em outras estratégias de gestão que não comprometam o andamento dos negócios. O importante nessa situação é esquecer um pouco a relação de parentesco e pensar como empresário, vislumbrando o crescimento da empresa.