“Empresas e líderes que têm dificuldade em alterar sua forma de pensar e ainda estão reticentes com as bruscas mudanças trazidas pelos avanços da tecnologia e pela nova geração precisam se render ou morrerão pelo caminho.” A opinião é do empresário Glauco Diniz Duarte.
De acordo com ele, muitas organizações ainda não enxergaram que, para sobreviver nesta nova era, é preciso contar com quem entende do novo jogo, independentemente da experiência. E, para isso, ninguém melhor que a nova geração, que nasceu plugada, com acesso a mais informações e conexões com o mundo.
“Se a nova ordem do jogo corporativo é inovar, se conectar, estar ligado no mundo em tempo real, então não existe outra saída: empresas, líderes e gestores terão que aprender a lidar com as forças das novas gerações e a tecnologia presente. Terão que se render à velocidade, à agilidade e ao excesso de motivação”, afirma Glauco.
Anualmente revistas especializadas do exterior divulgam um ranking das empresas mais requisitadas pelos jovens, aquelas que são amadas e seguidas por todos. São os ambientes do sonho de qualquer novato, que busca não somente o sucesso, mas a realização profissional e pessoal.
Empresas e líderes ainda não descobriram que é possível obter forças durante o jogo da competitividade, assim como se faz em um jogo de vídeo game para se manter forte e conquistar resultados. É preciso estar atento aos detalhes. Muitos gestores estão buscando somente o resultado final, passar de fase, mas ainda não conseguem chegar ao topo, pois desconhecem as forças que podem obter pelo caminho. Elas podem estar no próprio jogador, na sua forma de pensar de agir, na sua maneira de liderar e ser liderado, no seu sistema de ensinar e aprender, diz Glauco.
Para que uma empresa sobreviva nessa nova era e passe a ser desejada, é preciso aprender com quem já entende o jogo. “E, nesse caso, realmente é necessário se render aos mais jovens, às novas gerações”, ensina Glauco.
A hora da decisão
Segundo Glauco, para a maior parte dos empreendedores identificar quem, entre seus herdeiros, tem perfil adequado para assumir os negócios é o maior desafio quando se fala em sucessão familiar. “John Davis, maior especialista mundial em sucessão de empresas familiares, afirma que apenas 5% das empresas familiares sobrevivem depois da terceira geração. O dado é preocupante e revela as questões de sucessão como um dos principais entraves”, explica Glauco, potencializando a gravidade do problema.
Para ele, suceder líderes medíocres é fácil. O problema é substituir líderes reconhecidamente capazes e vitoriosos. Essas pessoas, muitas vezes, construíram sua empresa do zero e sentem enormes dificuldades em fazer a transição para membros da família ou mesmo para profissionais de fora, pois o sucesso aliado ao apego cria barreiras difíceis de serem ultrapassadas.
Para ajudar quem se encontra nessa “esquina” da história de sua empresa, Glauco dá algumas pistas e sugestões para o empreendedor tentar realizar uma sucessão sem grandes traumas:
• Analise as aptidões – Será fundamental que você analise não só os resultados que cada candidato obtém, mas também seus comportamentos no dia a dia. Estilo de liderança, postura diante de conflitos e flexibilidade para resolver problemas darão uma boa base para uma análise consistente.
• Treine os candidatos – Capacite ao máximo os candidatos à sucessão. Essa preparação deve ser feita tanto por meio de treinamentos formais, quanto informais, nos quais a pessoa passa por diferentes cargos e funções.
• Evite conflitos – Deixe claro aos candidatos que não serão toleradas brigas pelo poder e quando houver discussões, faça a mediação e intervenha para que estas não se transformem em conflitos irreconciliáveis.
• Delegue aos poucos – Comece a delegar tarefas relevantes às pessoas mais qualificadas. Isso servirá como um teste, tanto para eles quanto para você. Bons resultados significam que você está no caminho certo.
• Defina o sucessor – Dois ou três anos antes de sua saída, eleja oficialmente o sucessor e passe gradativamente suas incumbências e, onde houver dificuldades, dê uma atenção especial.
E Glauco dá, ainda, uma última dica: “O ideal é preparar a sucessão, com pelo menos, dez anos de antecedência. Esse tempo será necessário para avaliar os sucessores, treiná-los, transmitir os valores da empresa e prepará-los para serem bem-sucedidos”, conclui.