Glauco Diniz Duarte Diretor – Eficiência do motor diesel

Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, é impossível falar sobre boas e atuais práticas para empresas e empreendedores sem falar sobre sustentabilidade. Dentro deste tema, a eficiência energética é uma discussão muito relevante, que pode transformar os rumos e a reputação de um negócio. Se você busca otimizar os processos dentro de sua empresa e se alinhar a tendências mundiais de negócio, venha entender melhor sobre o assunto.

O que é eficiência energética

Eficiência sempre está ligada à produtividade, ao resultado que se alcança a partir de algum esforço e trabalho. No caso da energética, significa gerar a mesma quantidade de energia com menos recursos naturais ou obter o mesmo serviço consumindo menos energia. É um fator central para a otimização de custos e, ao mesmo tempo, para garantir a redução de emissão de gases poluentes do Efeito Estufa.

Como todas as atividades praticadas na sociedade exigem ao menos uma fonte de energia e o uso mais racional da energia é pauta urgente em várias discussões de políticas globais, é inevitável repensar as formas de consumo. Muitas empresas têm buscado implementar suas atividades de forma a garantir maior desempenho energético. No ramo automobilístico, esse posicionamento é essencial. Muito tem-se falado também sobre a revisão da eficiência energética de motores e veículos diesel, levando a indústria automotiva a desenvolver novas tecnologias e a se alinhar com as tendências e necessidades do mercado.

É importante para o meio-ambiente e para a economia mundial em pequenas e grandes escalas.

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O Brasil e o mundo

Para se ter ideia, do ponto de vista da diversidade de combustíveis utilizados, o mercado brasileiro de combustíveis automotivos é um dos mais dinâmicos do mundo, sendo o diesel o que apresenta maior porcentagem de consumo: 56,8%, seguido pela gasolina, com 35,6%.

No âmbito dos combustíveis comercializados, mais da metade são consumidos em motores de combustão, especialmente em veículos rodoviários. De fato, o setor rodoviário significa 92% do consumo total de combustíveis no setor de transporte de bens e de pessoas — fato que pode ser compreendido devido à grande extensão territorial do país e pela limitada malha ferroviária.

O setor de transporte é o que apresenta os maiores potenciais de eficientização para 2050, com 44%, seguido pela indústria com 41%. Esses dados fazem parte de um estudo da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), realizado em 2016. Porém, a real implementação dessas medidas ainda é muito dependente da obrigatoriedade imposta pelas políticas públicas.

Com o objetivo de promover um consumo mais eficiente e consciente da energia elétrica, foi criado o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), coordenado pelo Inmetro, que fornece as informações sobre a eficiência energética dos equipamentos. Ou seja, na hora de comprar um equipamento, é possível escolher o mais eficiente. A aplicação da etiqueta é também uma forma de estimular a fabricação de produtos cada vez mais eficientes por parte das empresas que ainda não o fazem. Dessa forma, articulam-se fabricantes de equipamentos, entidades de classe, órgãos de governo, segundo uma sistemática consolidada de procedimentos e difusão dos resultados.

Tradicionalmente, os veículos são movidos por um motor a combustão interna, em geral a gasolina ou a diesel, em que a mistura do ar com o combustível sofre compressão. A explosão resultante desse processo gera movimento. Esses motores têm níveis de eficiência que beiram os 40%, havendo grandes perdas em todo o processo, principalmente na forma de energia térmica. Além disso, a queima na câmara de combustão gera diversos gases nocivos, que são expelidos pelo escapamento.

A eletrificação veicular plena tem capacidade de reconfigurar a indústria automotiva, uma vez que os motores elétricos têm níveis de eficiência bem superiores. Se considerada toda a sequência, desde a entrada da energia elétrica até o movimento das rodas, a eficiência total em um veículo puramente elétrico pode chegar a cerca de 62%, como indica este valioso estudo sobre o tema feito por um grupo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Como a maior parte dos principais centros de pesquisa automotiva localiza-se fora do país, a adoção de novas tecnologias tende a ocorrer lentamente no Brasil, após consolidação nos mercados mais centrais. Alguns exemplos dessa dinâmica incluem a difusão do sistema de freio ABS, dos airbags, da injeção eletrônica e do pneu radial.

Enquanto veículos elétricos são uma realidade ainda distante para nós, precisamos discutir e encontrar outras formas de atingirmos melhores índices de eficiência energética. Isso inclui inovações para melhorar a eficiência dos motores, inclusive os a gasolina e diesel.

Eficiência energética para veículos diesel

Um dos motivos para os motores a diesel serem eficientes e econômicos é o fato de que eles queimam a mistura ar-combustível por compressão, e não através das velas usadas em conjuntos a gasolina, etanol ou GNV.

No entanto, esses motores são mais pesados e precisam se esforçar ainda mais para atender às regras de emissões. Por isso, investir em componentes remanufaturados e fazer a manutenção preventiva dos mesmos é uma ótima solução para evitar custos e garantir boa performance.

A remanufatura tem um ótimo custo-benefício, submete a peça aos mesmos padrões de qualidade da fabricação e aumenta o tempo de vida útil do componente. Além das vantagens que dizem respeito à qualidade, confiabilidade, custos operacionais e tempo de manutenção, a remanufatura também é uma prática sustentável. O meio-ambiente se beneficia à medida em vários componentes são reciclados ao invés de descartá-los, resultando em economia de energia. 

A partir de 2016, a avaliação da eficiência energética e das emissões dos modelos de veículos passou a contar com novos parâmetros e maior abrangência. Desde então, foram incluídos automóveis utilitários movidos a diesel no grupo de 847 modelos de 35 marcas que fazem parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) veicular.

O PBE é regulamentado e coordenado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), em parceria com o Conpet. O programa tem o apoio do nosso Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Eficiência energética na gestão

Agora falando de forma mais ampla, o sucesso de ações de conservação de energia na indústria depende da conscientização de todos, e todos os processos produtivos podem ser otimizados de forma a economizar energia sem comprometer a segurança e a qualidade dos serviços.

Visando promover e difundir a eficiência energética, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e as federações de indústrias lançaram uma importante campanha com orientações simples e práticas para apoiar o uso eficiente da energia nas quase 573 mil unidades industriais espalhadas pelo Brasil.

Rota 2030

O Programa Rota 2030 é parte da estratégia elaborada pelo Governo Federal para desenvolvimento do setor automotivo no país e tem como objetivo ampliar a inserção global da indústria automotiva brasileira, por meio da exportação de veículos e autopeças. Foi elaborado em um contexto no qual o setor automotivo mundial sinaliza profundas transformações, tanto na forma de usar os veículos, quanto na de produzi-los.

O Rota 2030 visa solucionar dificuldades enfrentadas pela indústria automotiva nacional, fortalecendo seu valor e sua competitividade frente à cadeia global. Montadoras e importadores de veículos, fabricantes de autopeças, e os trabalhadores do setor formam o principal público-alvo da ação, que depois do prazo estabelecido de 15 anos pode trazer impactos positivos para todos os setores da sociedade. Esse prazo é dividido em três ciclos quinquenais, e para cada ciclo será realizada uma revisão da política e uma reorientação das metas e instrumentos.

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