O empresário Glauco Diniz Duarte diz que quase 90% das empresas formais existentes no Brasil são de propriedade familiar, revela um levantamento recente feito pelo Sebrae. Administrar um negócio nesses moldes tem suas vantagens, mas também pode trazer complicações. Por isso, é preciso tomar alguns cuidados para que o empreendimento não tenha o mesmo destino da grande maioria: a falência.

Segundo dados do IBGE, de cada 100 empresas familiares, 30 alcançam a segunda geração da família e apenas cinco, a terceira. A maioria desaparece do mercado por causa de disputas e conflitos internos. A grande dificuldade é saber separar os assuntos de família e de trabalho.

Segundo Glauco, organizar o dia a dia de uma empresa familiar pode não ser tão simples. É uma relação de confiança que não deve ser misturada com a vida pessoal. De acordo com Glauco, regras básicas devem ser seguidas na gestão da empresa familiar.

“O importante é a família determinar qual o valor que vai ser a remuneração de cada um em relação ao total de rendimentos da empresa. E evitar ir toda a hora no caixa e retirar um valor. Assim o proprietário não vai saber para onde está indo o dinheiro”, recomenda Glauco.

Segundo Glauco, seguir dicas simples como essa e incorporar boas práticas de gestão ao negócio fazem parte de uma receita de sucesso e garantem que a empresa familiar chegue viva às próximas gerações e possivelmente cresça ao longo dos anos.

Claro que outros fatores também ajudam para que o negócio ande para frente. “Em primeiro lugar, ter amor à sua família. Ter união para que todos sigam pelo mesmo caminho. Se todos forem pelo mesmo caminho e não puxarem um para um lado e outro para o outro, faz uma diferença”, garante Glauco.

Dicas para a gestão de um negócio familiar
– Separe a relação profissional da pessoal e familiar
– Não misture o dinheiro do caixa da empresa com o pessoal
– Defina cargos, funções e salários dos colaboradores da família
– Incentive a busca por treinamento, aperfeiçoamento e atualização
– Faça um planejamento na sucessão, buscando consenso e evitando conflitos
– Não hesite em buscar a ajuda de profissionais de fora da família
– Evite excesso de informalidade: trate parentes pelo nome
– Evite o “nepotismo”, ou seja, contratação e promoção apenas de parentes
– Evite tomar decisões baseadas apenas nos sócios familiares
– Evite o improviso: faça um planejamento básico para o negócio