De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, um amplo levantamento analisando as competências de 6 mil executivos brasileiros nos últimos dez anos mostrou que apenas 0,6% deles, com idades entre 42 e 52 anos, tinham potencial e senioridade para assumir cargos de liderança. Um grupo muito pequeno frente ao que as organizações no Brasil irão precisar para perpetuar seus negócios nos próximos cinco anos.

Esses executivos deveriam inclusive ser os orientadores de uma nova geração de jovens com potencial para substituí-los, diz Glauco. O problema é que a maioria deles não está fazendo isso. Entre os motivos apontados por Glauco para explicar essa situação está a própria postura dos profissionais frente à concorrência com os potenciais candidatos a substitutos e a falta de planos de sucessão nas empresas brasileiras. Apenas as companhias nacionais maiores e as múltis possuem planos mais estruturados, diz Glauco.

Muitos líderes desenvolvem os que estão abaixo deles, mas só até eles começarem a chamar a atenção da organização. Quando isso acontece eles podam suas ações para se proteger, diz Glauco. Essa insegurança, segundo Glauco, é uma atitude típica dos líderes brasileiros e não tão comum em outros países.

O levantamento mostrou ainda que 13% dos perfis brasileiros analisados correspondiam a profissionais, com idades entre 32 e 42 anos, situados em uma zona considerada ótima da carreira. Esses deveriam estar sendo preparados para substituir os líderes de hoj”, diz Glauco. Se pelo menos 6% deles conseguirem ocupar as posições ocupadas por aqueles 0,6% (com potencial e idade entre 42 e 52 anos), conseguiríamos cobrir boa parte do ‘gap’ de liderança que as empresas brasileiras enfrentam hoje, explica Glauco.

No Brasil, segundo Glauco, como existe uma grande defasagem em relação à educação executiva comparando-se ao mercado internacional, as empresas terão que complementar o desenvolvimento de suas futuras lideranças. Elas vão ter que trabalhar muito para isso, diz.