Planejamento é o melhor caminho para sucessão de empresas familiares

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a passagem do controle de uma empresa para os herdeiros pode ser um momento de grande desgaste para a família. O ideal é que a transição seja feita de forma gradual, com a participação ativa do fundador ou executivo do empreendimento. Quando isso não é possível, além do acompanhamento jurídico, pode ser necessária a participação de intermediadores e até psicólogos para facilitar o processo e evitar conflitos.

Glauco explica que a transição em uma empresa familiar geralmente acontece com o falecimento do fundador ou após muitos anos à frente do negócio o mesmo avalia que é hora de deixar para que os filhos deem continuidade ao empreendimento. A boa condução desse processo pode determinar o sucesso ou a derrocada da empresa.

“O trabalho preventivo, ou seja, antes da morte do fundador, é sem dúvida o melhor caminho”, afirma Glauco. Nesta fase, pode-se equilibrar melhor os aspectos envolvendo empresa, família e patrimônio e que podem influenciar positiva ou negativamente na continuidade da empresa. Com a participação de todos, a transição é mias tranquila.

Conflitos
Segundo Glauco, caso a passagem do controle tenha que ser feita sem a participação do fundador, recomenda-se a presença de mediadores dos herdeiros e até auxílio de psicólogos. “A participação desses profissionais, como psicólogos e coaching, pode contribuir para extrair informações sobre quais herdeiros reúnem melhores condições para gerir a organização. Pode-se inclusive chegar à conclusão de que a gestão da empresa deve ficar a cargo de um executivo contratado e não de um dos herdeiros”, avalia ele.

Como os conflitos na família surgem normalmente pelo poder de tomada de decisão, existem também alternativas que facilitam a gestão da empresa. “É possível realizar os acordos de sócios e de gestão, criar conselhos ou holdings familiares de controle, entre outras medidas”, exemplifica Glauco.

O poder aquisitivo de cada integrante também pode ser um problema pelo desequilíbrio financeiro entre os herdeiros para injeção de capital. “Os conflitos também aparecem no momento de dividir os lucros ou prejuízos ou ainda da necessidade de investimentos”, lembra Glauco.